Durante o Hair Summit 2025, Cesar Tsukuda, CEO da Beauty Fair, subiu ao palco da 4ª edição do Summit Donos de Salão para compartilhar a pesquisa Beauty Fair inédita sobre o comportamento dos consumidores e os desafios dos salões de beleza no Brasil. O estudo trouxe dados relevantes que ajudam a entender o que está por vir no setor — e, principalmente, onde estão as boas oportunidades.
“Fazemos essa pesquisa há quatro anos, e uma coisa que chamou atenção é que o público tem a intenção de manter ou aumentar a frequência com que vai ao salão”, contou Tsukuda. Isso mostra que, mesmo com tantas mudanças no mercado, o salão continua sendo um espaço importante na vida das pessoas.
Três gerações, três jeitos diferentes de se relacionar com o salão
A pesquisa Beauty Fair ouviu 560 clientes de salões em várias capitais do país. Entre eles, 29% são da Geração Z, 40% Millennials e 31% da Geração X, e cada grupo demonstrou desejos e comportamentos bem diferentes — e isso muda tudo na hora de se comunicar com eles.
“Existe uma variação importante entre as gerações para cada tipo de serviço, o que direciona o seu atendimento e a comunicação do salão para cada público”, explicou Tsukuda.
A Geração Z, por exemplo, quer agilidade e tecnologia. Já os Millennials gostam de equilíbrio, propósito e experiências com significado. E a Geração X costuma buscar confiança e estabilidade. Salões que entendem essas diferenças conseguem criar um atendimento mais certeiro e campanhas de marketing mais eficientes.
As pessoas estão satisfeitas — mas nem sempre fiéis
Um dos dados que mais chama atenção é que 80% dos clientes disseram estar satisfeitos com os salões que frequentam. Mas isso não quer dizer que a fidelidade esteja garantida. Isso porque 41% vão ao mesmo salão há anos e 38% também frequentam outros estabelecimentos.
A fidelização acontece, principalmente, quando o salão entrega:
- Qualidade e profissionalismo (53%)
- Um bom relacionamento no atendimento (33%)
- Confiança no profissional (27%)
Ou seja, não é só o preço que importa — é a experiência como um todo. Prova disso é que 72% dos clientes costumam seguir o profissional quando ele muda de salão. Isso pode ser visto como um desafio para os donos de salão, já que grande parte do valor percebido pelo cliente está “nas mãos” do colaborador. Mas também pode — e deve — ser encarado como uma oportunidade estratégica.
Salões que entendem essa dinâmica podem fortalecer esse vínculo oferecendo mais protagonismo aos profissionais, investindo na reputação individual de cada um, valorizando-os como influenciadores dentro do próprio negócio. Essa confiança abre espaço, inclusive, para modelos de parceria e comissionamento mais modernos, onde todos ganham: o profissional, o salão e o cliente.
De acordo com a pesquisa, quando o salão se posiciona como um ambiente que valoriza e desenvolve talentos, ele se torna mais atrativo não só para os clientes, mas também para os melhores profissionais do mercado. Ou seja, reter talentos é, hoje, uma das estratégias mais eficientes para também reter clientes.
Atendimento é prioridade
Por outro lado, a demora no atendimento faz muita gente desistir — especialmente entre os mais jovens. Isso escancara um ponto de atenção: a experiência do consumidor não pode ser só boa, ela precisa ser ágil.
Esse comportamento pressiona os salões a repensarem processos: desde o tempo de espera no dia do atendimento até a forma como agendamentos são feitos e confirmados. Automatizar rotinas, otimizar a escala da equipe e até rever os pacotes de serviços mais demorados podem ser estratégias para não perder esse público tão promissor — e exigente.
Combos são os queridinhos
Os famosos combos promocionais se mostraram fundamentais aos salões de beleza: 87% dos clientes aderem a eles, e 55% só fazem serviços quando conseguem um bom desconto. Isso mostra que o preço ainda pesa — mesmo entre os clientes das classes A e B.
“Não são apenas serviços de cabelos que devem constar nos combos. Depilação e manicure são destaques para quem frequenta outros salões”, observou Tsukuda, indicando que esses serviços podem ser uma porta de entrada para novos clientes.
Alguns dos combos preferidos:
- Depilação + manicure + escova
- Corte + hidratação + design de sobrancelha
- Escova + maquiagem
O salão é mais do que um lugar para se embelezar
Para 94% dos clientes, o salão também é um momento de relaxar e cuidar de si. E 74% dizem que o ambiente agradável pesa na hora de escolher onde vão. Isso significa que a experiência do cliente precisa ser acolhedora — do cheiro ao som, da decoração ao papo.
Além disso, o cliente de hoje quer praticidade:
- 87% gostam de receber avisos de promoções por WhatsApp
- 80% querem lembretes de agendamento
- 66% preferem agendar via link ou app
- 72% gostariam de poder agendar fora do horário comercial
O estudo mostra que o salão de beleza precisa ser mais ágil e mais conectado. Quem facilita a vida do cliente sai na frente.
Pesquisa Beauty Fair revela profissional como referência de confiança
Hoje, o cabeleireiro tem mais influência do que muitos influencers. Nada menos que 86% dos clientes confiam mais no profissional do que nas redes sociais — e 91% gostariam de receber indicações de produtos direto dele.
Isso mostra que o profissional pode (e deve) atuar também como um consultor. Orientar, indicar e explicar bem os produtos pode fazer toda a diferença no faturamento do salão.
Do lado de quem está no comando
A pesquisa Beauty Fair também ouviu 104 profissionais de salão, sendo 60% sócios ou donos. A maioria atende em média 26 clientes por semana e se mostra aberta a mudanças: 77% começaram a usar marcas que já conheciam e 70% testaram marcas novas. Ou seja, tem espaço para inovação — especialmente para parcerias com marcas que ajudam no dia a dia. Mas nem tudo são flores.
Falta gente qualificada para trabalhar
Uma das maiores dores dos donos de salão é encontrar profissionais preparados. A pesquisa qualitativa revelou que 40% das vagas para manicures estão abertas no país, segundo a Associação Brasileira de Salões de Beleza.
A explicação está em fatores como:
- Baixo nível de formação
- Falta de interesse dos jovens pela área
- Dificuldade de acesso a cursos de qualidade
“O salão precisa investir em educação. Muitos vão dizer que treinaram o profissional e ele foi embora. Mas a outra opção, não investir, é a certeza do fracasso”, disse Tsukuda.
Tecnologia: aliada ou inimiga?
Definitivamente, aliada. A pesquisa da Beauty Fair mostra que ferramentas como agendamento inteligente, gestão de estoque, análise de performance e até simulações de cortes e maquiagens com IA já fazem parte da realidade de salões mais atualizados.
E isso não é luxo: é uma resposta direta ao que o público quer — agilidade, praticidade e uma experiência moderna.
O que tudo isso ensina?
O salão que quer crescer em 2025 precisa:
- Conhecer bem as gerações que atende
- Investir em educação, mesmo com riscos
- Oferecer combos inteligentes e experiências completas
- Usar a tecnologia como facilitadora
- Criar um ambiente que vá além do serviço: que acolha, encante e fidelize
Summit Donos de Salão é o maior evento para empresários de beleza do Brasil
A pesquisa Beauty Fair foi revelada com exclusividade aos participantes do evento, que também contaram com palestras técnicas e estratégicas para o desempenho de seus salões. Em 2026, o Summit Donos de Salão estará de volta e as incrições serão abertas em breve no site oficial do Hair Summit. Clique aqui para saber mais e adquirir seu ingresso.