A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou a proibição do uso de duas substâncias químicas amplamente utilizadas em produtos para unhas em gel: o TPO (óxido de difenil(2,4,6-trimetilbenzol)fosfina) e o DMPT (N,N-dimetil-p-toluidina), também conhecido como DMTA (dimetiltolilamina).
Esses compostos estão presentes principalmente em esmaltes e produtos de alongamento em gel, utilizados para promover a cura e fixação sob luz ultravioleta, uma das principais características que popularizaram o serviço entre consumidores e profissionais da beleza.
A decisão ocorre após estudos apontarem potenciais riscos à saúde. O TPO foi classificado como tóxico para a reprodução, com possíveis impactos na fertilidade, enquanto o DMPT foi considerado potencialmente cancerígeno.
Brasil segue movimento europeu

A proibição brasileira segue a mesma linha adotada pela Comissão Europeia, que em setembro já havia restringido o uso do TPO em cosméticos. Na ocasião, o Negócios de Beleza destacou que a medida europeia não representava o fim dos esmaltes em gel, mas exigiria reformulações das marcas para substituir o composto por fotoiniciadores mais seguros.
Agora, com a decisão da Anvisa, o Brasil se alinha aos padrões de segurança da União Europeia, reforçando o compromisso com a proteção à saúde de consumidores e profissionais.
O que muda no mercado
A fabricação e importação de produtos que contenham essas substâncias estão imediatamente proibidas. Já lojas, distribuidores e salões de beleza terão 90 dias para interromper a venda e o uso de itens com TPO ou DMPT.
De acordo com a Anvisa, a medida busca evitar a comercialização de produtos considerados inseguros em outros países. A agência ressalta, no entanto, que a exposição ocasional representa um risco menor, mas o contato frequente e prolongado, especialmente por profissionais de salões, pode gerar efeitos nocivos acumulativos.
Impactos esperados
A decisão deve impulsionar uma nova onda de reformulações e adaptações na indústria de cosméticos, especialmente entre as marcas que atuam no segmento de unhas em gel. Fabricantes precisarão buscar alternativas seguras que garantam o mesmo desempenho dos produtos, sem comprometer a saúde dos usuários.
A movimentação também pode abrir espaço para inovações tecnológicas e maior transparência nas formulações, respondendo a uma demanda crescente do consumidor por produtos mais seguros e responsáveis.
