Como desenvolver a resiliência nos negócios de beleza?

Todos os empreendedores brasileiros são resilientes, pois conseguem se reerguem após uma crise ou adversidade. Há uma capacidade enorme de persistir e de não desistir, basta alinhar os pensamentos e sentimentos e partir para a ação

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Por Ligia Favoretto em 28/10/2022 Atualizado: 20/12/2023 às 12:40

A vida de um empreendedor de beleza é repleta de altos e baixos, não tem como negar. É sabido também que, ao mesmo tempo que é fácil abrir um negócio, é também muito fácil fechar. As estatísticas mostram o número de empresas que encerram suas atividades todos os anos.

A ideia da resiliência é trabalhar as crenças e hábitos indesejáveis por conta da repetição de altos e baixos, além de desenvolver a motivação e o empoderamento para alcançar o sucesso nos negócios.

No cerne da questão, podemos dizer que todos os empreendedores brasileiros são resilientes, pois conseguem se reerguem após uma crise ou adversidade. Há uma capacidade enorme de persistir e de não desistir, basta alinhar os pensamentos e sentimentos e partir para a ação.

Resiliência e gestão de negócios de beleza

Foi exatamente isso que o master trainer em programação neurolinguística, Glauco Yasuda, apresentou no 12º Seminário de Negócios de Beleza, que aconteceu durante a Beauty Fair 2022.

O especialista explicou que a mente é um processador. Quando se fala em programação neurolinguística, parte-se do princípio de que a mente tem certos programas e quando há o entendimento de como ela funciona, é possível também ter a oportunidade de reprogramar pensamentos e comportamentos.

Ele explicou que as pessoas percebem o mundo por meio dos sentidos, dentro daquilo que se vê e se ouve. Além da coleta de informações daquilo que é sentido, do olfato, dos aromas, das essências.

Ao levar tudo isso para o universo do empreendedorismo, muitas vezes, pela situação econômica do País, há um pensamento de que será muito difícil ‘ir para frente’.

Isso faz com que, consequentemente, os indivíduos caiam em um sistema automático que gera bloqueios, impedindo a realização de uma atividade, projeto ou até para se alcançar um resultado desejado.

“Cerca de 95% das nossas decisões e das nossas escolhas, de tudo o que a gente faz, estão baseadas no nosso inconsciente; e apenas 5%, na parte consciente e é por isso que, muitas vezes, a gente não tem controle de todas as ações que acontecem no nosso dia a dia”, explica Glauco.

Por que a gente se sente nervoso em uma negociação ou em um conflito? Por que quando uma pessoa ‘pisa naquele calo’, a gente não mede as palavras?

Glauco explica que isso se deve aos estímulos da nossa mente que ativa certas memórias de raiva, uma sensação de insegurança ou até mesmo uma certa preguiça de realizar as coisas, desmotivação.

Qual o significado de resiliência?

Resiliência vem do latim de residir e significa saltar para trás. Mas, no dicionário, a definição vem da física que é exatamente como a matéria pode retornar à sua forma original após uma deformação elástica.

Yasuda disse que a psicologia define a resiliência como a capacidade do indivíduo superar problemas, estresse, traumas.

“Eu prefiro definir como o quão rápido você é para se levantar após uma queda, porque as quedas acontecem no nosso dia a dia. E aí, o que é que a gente faz? Quantas vezes a gente dá mais foco na dor da queda do que na nossa reação de levantar? Todos nós somos resilientes, pois temos a capacidade de reagir, de persistir, de não desistir. As espécies que sobrevivem não são as mais fortes, as mais inteligentes; mas sim aquelas que melhor se adaptam ao contexto, a gente se adapta, aprende e evolui. Todos os aprendizados que a Beauty Fair traz, por exemplo, precisam ser colocados em prática.”

Ele complementou dizendo que para se obter resultados, há uma dependência direta da ação, mas como agir se muitas vezes a gente tem uma memória que, muitas vezes, continua em nossa mente dizendo que isso não é possível?

Desafios do empreendedor de negócios de beleza

O ser humano aprende por repressão ou por um alto impacto emocional e não dá para diferenciar o que é literal do imaginário, porque tudo o que é falado para você mesmo pode ser assumido como uma verdade.

“Por isso, quando a gente fala em se concentrar nas nossas reais possibilidades, há a comunicação de um fato ao subconsciente”, elucidou.

Como trabalhar as crenças?

Yasuda respondeu: “Todos nós sabemos que não é fácil montar um negócio aqui no Brasil. A vida de algumas empresas se torna curta e muitas vezes a gente entra em uma estatística.

Mas, a gente sente receio por causa da estatística ou por causa de uma experiência própria?

Quanto mais você se apega às influências externas, mais vulnerável você fica. É preciso reconhecer que as crenças podem te ajudar a realizar resultados melhores, até mesmo ser mais resiliente, se levantar após uma queda.

Tivemos negócios fechados, mas agora passamos o inverso, aumentou o número de empresas, aumentou o número de empregos, aumentou o número de projetos, a Beauty Fair está maior do que antes da pandemia. Temos de estar aberto a esses pensamentos para que possamos nos livrar de pensamentos automáticos retrógrados.”

A primeira dica dele é definir qual é o propósito do seu negócio. O que te faz levantar da cama todos os dias?

Ele comentou que se o empreendedor ficar pensando somente no dinheiro, calculando o que entra e o que sai, muitas vezes, em épocas de crise, isso começa a desanimar.

“E se eu pensar, como seria se o dinheiro fosse apenas uma consequência do que vou promover e servir? Será que o propósito do seu negócio não seria promover a felicidade de uma pessoa por meio da beleza?”, provoca por fim o especialista.