Atualizado: 30/10/2025 às 17:57 Em 2017, Rihanna não apenas lançou uma marca de maquiagem, ela abriu um novo capítulo na história da indústria. A Fenty Beauty chegou ao mercado com uma proposta inédita: uma linha de bases com 52 tons diferentes, cobrindo uma diversidade de peles que, até então, era amplamente negligenciada.
A base Pro Filt’r Soft Matte Longwear Foundation se tornou um símbolo de representatividade e, agora, de acordo com o Site Mundo Negro foi reconhecida pela Time Magazine como uma das maiores invenções das últimas duas décadas. A publicação destacou que a marca “imediatamente impulsionou outras empresas de maquiagem a serem mais inclusivas em relação às cores e a criar mais e melhores opções para pessoas com tons de pele mais escuros”.
O impacto foi tão profundo que passou a ser conhecido como o “Efeito Fenty”: uma transformação na forma como as marcas pensam, desenvolvem e comunicam seus produtos. Antes, o foco das grandes companhias estava em atender a um padrão limitado de tons e tipos de pele; depois de Fenty, tornou-se impossível ignorar a diversidade real dos consumidores. O gesto de Rihanna, criar produtos que enxergassem todas as pessoas, mostrou que inclusão também é inovação, e que ela pode (e deve) ser uma estratégia de negócio sólida.
O efeito Fenty e a urgência no mercado brasileiro
O “Efeito Fenty” também provocou reflexões importantes sobre desigualdades no mercado de beleza. De acordo com uma análise publicada pelo Brazil Beauty News, o lançamento da marca foi um divisor de águas para que a indústria passasse a olhar para a defasagem na oferta de produtos voltados a peles negras. No Brasil, o desafio é ainda maior: 56% da população se declara preta ou parda, mas essa representatividade ainda não se reflete plenamente nas prateleiras. O fenômeno Fenty acendeu o alerta e também abriu oportunidades para empresas que desejam crescer de forma conectada à realidade do país.
Nos últimos anos, marcas nacionais e multinacionais têm tentado seguir esse movimento, investindo em pesquisa de pigmentação, tecnologia de formulação e comunicação inclusiva. No entanto, o caminho ainda é longo. O que Rihanna demonstrou, com a Fenty Beauty, é que inovação de verdade nasce do olhar sensível para o outro e que ouvir o consumidor, em toda a sua pluralidade, pode ser o ponto de virada para o sucesso de um negócio.
O legado de uma revolução na beleza
Ao ser listada ao lado de invenções como o Roomba e o GPT-4, a Fenty Beauty consolida seu lugar não apenas como uma marca de maquiagem, mas como uma força cultural e social. Seu impacto ultrapassa o espelho e alcança o comportamento, o consumo e a autoestima. Em um setor movido por tendências e lançamentos constantes, a Fenty mostrou que o verdadeiro futuro da beleza não está apenas nas fórmulas, mas na representatividade que elas carregam.
Mais do que uma homenagem, o reconhecimento da Time Magazine é um lembrete: inovação é sobre criar soluções que transformam a vida das pessoas. E, no caso da Fenty Beauty, essa transformação veio acompanhada de algo ainda mais poderoso a sensação, para milhões de consumidores, de finalmente se verem refletidos nas vitrines do mundo.