As redes sociais, a imprensa e as ruas têm sido tomadas por intensos debates em torno do projeto de Lei 1904/24, que propõe equiparar o aborto realizado acima de 22 semanas de gestação ao homicídio, levando à pena que pode chegar aos 20 anos de reclusão.
Diante de tamanha movimentação, a Think Eva, consultoria especializada na conexão entre marcas e temas relacionados à equidade de gênero e inclusão feminina, publicou em seu perfil no LinkedIn um apelo, pedindo diretamente às empresas que se posicionem sobre o assunto. “Onde estão as marcas e empresas que celebram as mulheres no mês de março? Que bradam com orgulho suas práticas ESG? Não há mais espaço para o medo de defender quem mantém sua marca e propósito relevantes”, diz o texto.
Em entrevista à revista Meio&Mensagem, a sócia e cofundadora da Think Eva, Nana Lima, diz que a consultoria entende o limite de ação e de atuação das marcas quando se fala de política institucional. Mas, quando se vê uma grande mobilização do público feminino, a falta de posicionamento pode ser interpretada como omissão com um público no qual elas têm todo interesse em apoiar, avançar, garantir a conquista de direitos e, também, é um público consumidor.
“Acreditamos que convém às marcas se posicionar. Se ela se diz aliada e compromissada com os interesses das mulheres, deveria repensar se esse não-posicionamento pode resultar em uma fragilidade do compromisso com elas”, sugere.