Que a indústria da beleza é um dos setores mais dinâmicos e lucrativos do mercado, a gente já sabe, afinal, dados mostraram que o setor no Brasil movimentou mais de 3 bilhões no primeiro semestre de 2023, oferecendo uma vasta gama de oportunidades para empreendedores. Porém, antes de iniciar qualquer empreendimento nesse segmento, é muito importante entender o conceito de modelos de negócio para alcançar o sucesso.
Aqui, trouxemos tudo o que você precisa saber sobre os modelos de negócios na indústria da beleza. Confira!
O que é um modelo de negócio?
Em termos simples, um modelo de negócio funciona como uma visão abrangente e estratégica de como uma empresa cria, entrega e captura valor. Ele serve como um guia que organiza as informações mais relevantes sobre o comércio, facilitando a tomada de decisões e o planejamento de novas estratégias.
De acordo com o especialista e teórico de negócios, Alexandre Osterwalder, o modelo de negócio descreve a lógica por trás do funcionamento de uma organização, incluindo aspectos como fontes de receita, parcerias essenciais e custos envolvidos.
Cada um desses formatos tem suas características e desafios únicos, mas todos compartilham a importância de um modelo de negócio bem estruturado para garantir o sucesso a longo prazo.
Modelos de negócios: indústria da beleza nos salões
Entre os principais modelos de negócio estão as franquias de salões, os salões independentes e os salões boutique, cada um com características distintas que os tornam atraentes para diferentes perfis de empreendedores e clientes.
1- Franquias de salões
As franquias de salões de beleza têm se destacado no mercado brasileiro pela combinação de uma marca estabelecida e um modelo operacional padronizado. Esse tipo de negócio oferece aos donos de salão a segurança de operar sob um nome reconhecido, com processos testados e aprovados. Marcas como Jacques Janine e Beleza Natural são exemplos icônicos deste modelo, proporcionando um suporte robusto em termos de treinamento, marketing e gestão.
Os franqueados, ao adotar esse modelo, beneficiam-se do reconhecimento imediato da marca, o que atrai uma base de consumidores fiéis. Além disso, o suporte contínuo da franqueadora reduz os riscos associados ao empreendedorismo, especialmente para aqueles que estão entrando pela primeira vez no setor.
Entretanto, a necessidade de seguir diretrizes rígidas pode limitar a flexibilidade dos proprietários, que devem aderir a padrões específicos de serviço e estética.
2- Salões independentes
Por outro lado, os salões independentes, que são de propriedade única, oferecem uma maior liberdade criativa e de gestão. Esses estabelecimentos são geralmente menores, muitas vezes localizados em bairros, e se destacam pela personalização e proximidade com a comunidade local.
A ausência de uma marca matriz permite que os proprietários de salões independentes experimentem novas tendências, estilos e serviços, adaptando-se rapidamente às demandas dos clientes.
A autonomia é um dos maiores atrativos para os donos desses salões, que podem moldar o ambiente, a equipe e os serviços de acordo com suas preferências e a visão de negócio. No entanto, a ausência de uma marca conhecida pode representar um desafio na conquista e retenção de clientes, exigindo investimentos em marketing local e um atendimento diferenciado para construir uma base de público fiel.
3- Salões boutique
Em um cenário onde a especialização se torna cada vez mais importante, os salões boutique surgem como uma alternativa focada em nichos específicos. Estes salões são conhecidos por oferecerem uma experiência altamente personalizada, muitas vezes voltada para públicos com necessidades específicas, como cuidados com cabelos naturais, orgânicos ou tratamentos especializados.
Os salões boutique costumam atrair uma clientela disposta a pagar um preço premium em troca de um serviço diferenciado e exclusivo. A abordagem de nicho permite que esses negócios se destaquem em um mercado saturado, criando uma identidade forte e uma conexão emocional com seu público.
A exclusividade, no entanto, pode limitar o público-alvo, exigindo estratégias de marketing mais direcionadas e um profundo conhecimento das tendências e necessidades do segmento escolhido.
Modelos de negócios: indústria da beleza
A indústria da beleza é um dos setores mais inovadores e competitivos do mercado global, sendo composta por diferentes modelos de negócio que permitem a criação e distribuição de uma variedade de produtos. Dentro deste setor, destacam-se três principais formatos: as marcas próprias de cosméticos, a terceirização de produção e a indústria de ingredientes. Cada um desses modelos desempenha um papel relevante no desenvolvimento e sucesso das marcas de beleza que conhecemos e consumimos hoje.
1- Marcas próprias de cosméticos
As marcas próprias de cosméticos são empresas que se dedicam ao desenvolvimento, produção e comercialização de seus próprios produtos. Gigantes do setor, como Natura e Fenty Beauty, são exemplos notáveis desse modelo. Essas empresas têm total controle sobre o processo de criação, desde a concepção de novas fórmulas até o design das embalagens e as estratégias de marketing.
Esse modelo permite que as marcas estabeleçam uma identidade forte e consistente, oferecendo produtos que refletem seus valores e a relação direta com os consumidores. A Natura, por exemplo, é conhecida por seu compromisso com a sustentabilidade e a biodiversidade brasileira, características que permeiam toda a sua linha de cosméticos.
Já a Fenty Beauty, criada pela cantora Rihanna, revolucionou o mercado ao lançar uma linha de maquiagem com uma vasta gama de tons, promovendo a inclusão e diversidade.
2- Terceirização de produção
Outro modelo amplamente utilizado é a terceirização de produção. Neste formato, empresas especializadas são contratadas para fabricar produtos para outras marcas, assumindo a responsabilidade pelas formulações, produção em larga escala e embalagens. Este modelo é vantajoso para empresas que focam em marketing, vendas e desenvolvimento de novos produtos, deixando a fabricação nas mãos de especialistas.
A terceirização permite que as marcas entrem rapidamente no mercado com materiais de alta qualidade, sem a necessidade de investir em infraestrutura de produção. Além disso, muitas vezes essas empresas oferecem expertise em determinadas tecnologias ou ingredientes, o que pode resultar em produtos inovadores e diferenciados.
3- Indústria de ingredientes
Por trás de cada batom, creme ou perfume, há uma cadeia complexa de fornecedores de ingredientes que desempenham um papel fundamental. A indústria de ingredientes é composta por empresas que produzem matérias-primas essenciais, como impurezas, conservantes, pigmentos e ativos que compõem os produtos finais.
Esses fornecedores são muitas vezes pioneiros em pesquisa e desenvolvimento, criando novos que atendem às demandas crescentes por itens mais eficazes, seguros e sustentáveis. A inovação nessa área é crucial, pois permite que as marcas se diferenciem no mercado ao oferecer produtos com benefícios únicos, como fórmulas naturais, orgânicas ou tecnológicas.
Modelos de negócio no varejo
Nos últimos anos, os modelos de negócios no setor de varejo de beleza se diversificaram significativamente, refletindo as mudanças nas preferências dos consumidores e no impacto da tecnologia. Três dos principais modelos que se destacam são as lojas de cosméticos, o e-commerce de beleza e os serviços de assinaturas de beleza, cada um oferecendo uma experiência única ao consumidor.
1- Lojas de cosméticos
As lojas de cosméticos tradicionais, como Sephora e The Body Shop, continuam a ser um pilar essencial no setor. Essas lojas oferecem aos consumidores a oportunidade de experimentar produtos antes da compra, algo que ainda é valorizado, especialmente em categorias como perfumes e maquiagens. O ambiente cuidadosamente projetado, o atendimento especializado e a vasta gama de itens tornam a experiência de compra em lojas físicas um evento sensorial.
Mesmo com o crescimento das vendas online, as lojas de cosméticos mantêm sua relevância ao fornecer uma experiência de compra imersiva que muitas vezes inclui projeções de produtos, consultoria personalizada e eventos exclusivos. Além disso, essas lojas têm se adaptado ao mundo digital, integrando tecnologias como aplicativos móveis e realidade aumentada para oferecer um atendimento ainda mais rico.
2- E-commerce de beleza
O e-commerce de beleza tem revolucionado a maneira como os consumidores compram cosméticos. Plataformas exclusivamente online, como a Glossier e a brasileira Beleza na Web, utilizam o poder do marketing digital para alcançar e engajar seu público. Essas empresas se destacam por criar comunidades online, onde os consumidores não apenas compram, mas também se conectam com as marcas por meio de conteúdos educativos, análises de produtos e interações nas redes sociais.
A conveniência de comprar online, combinada com uma vasta seleção de itens e entregas rápidas, tem atraído uma base de clientes cada vez maior. O e-commerce também permite que se colete marcas valiosas sobre os hábitos de compra do seu público, permitindo-lhes personalizar ofertas e campanhas de marketing de forma mais eficaz.
3- Assinaturas de beleza
Outro modelo que ganhou popularidade no varejo é o de assinaturas de beleza mensais. Empresas como Birchbox e BoxyCharm oferecem aos consumidores a oportunidade de receber uma seleção de produtos diretamente em suas casas. Esse modelo é destacado pela curadoria personalizada, onde as caixas são montadas com base nas preferências e necessidades dos clientes.
O apelo das assinaturas de beleza é na surpresa e na descoberta de novos itens a cada mês, o que cria um senso de antecipação e fidelidade entre o público. Além disso, permite que os usuários experimentem produtos em tamanhos menores antes de decidirem por uma compra em tamanho completo, o que reduz o risco e aumenta a satisfação pessoal.
Os modelos de negócio na indústria da beleza são mais diversificados do que nunca, refletindo uma combinação de tradição e inovação. Com a evolução contínua do mercado, essas estratégias começam a moldar a forma como os produtos cosméticos são descobertos e adquiridos, prometendo ainda mais desenvolvimento tecnológicos no futuro.