Como já era esperado, a protagonista da 115ª edição da National Retail Federation (NRF) é a inteligência artificial (IA). Mas, o mais interessante é que, ao contrário dos anos anteriores, os debates e painéis não estão falando em IA apenas na teoria, mas apresentando exemplos práticos de como ela vem sendo usada no varejo, e das maneiras mais diversas possíveis. Para ter ideia, o Walmart mostrou que vem simulando acidentes e situações restritivas para treinar sua IA a interpretar esses momentos e propor soluções em tempo real, para evitar a queda da produtividade e maximizar a operação.
Outro exemplo interessante foi o da Blueprint, uma ferramenta que pode ser usada tanto em lojas digitais como físicas por funcionar como um assistente de vendedores humanos, fornecendo informações altamente especializadas de forma rápida e direta. Há ainda empresas que estão apostando na inteligência artificial para acelerar análises e fazer muito mais combinações de resultados – uma estratégia que faz ainda mais sentido quando a gente lembra que à medida que o consumidor tem acesso a mais tecnologia e opções, mais complexo se torna prever sua jornada de compras.
AI e o ser humano
Em meio a tanta inovação apresentada no NRF 2025, vale destacar que as pessoas continuam sendo indispensáveis no varejo. O mesmo vale para as lojas físicas, que já não se limitam mais a ser um simples ponto de venda. Marcas têm transformado esses espaços em locais de experiências, onde podem vender não só seus produtos e serviços, mas também seu conceito e permitir a interação (e conexão) entre o consumidor e os funcionários/representantes da marca. Faz todo o sentido, já que em tempos de relações digitais ter a possibilidade de interagir com ‘gente de verdade’ é algo bastante apreciado e valorizado pelo cliente. Que o diga a head de varejo e parcerias da Roblox, Winnie Burke, que disparou o seguinte em sua palestra sobre as novas gerações: “Relatability is the new loyalty”. A mensagem não poderia ser mais direta e objetiva: varejistas devem focar no engajamento das pessoas com as marcas, o que pode acontecer ao investir em colaboradores estimulados e comprometidos, lojas físicas atraentes, comunicação direcionada e produtos relevantes. Feito isso, vender será apenas uma consequência.