A NRF Big Show 2022 segue entregando grandes lições ao público presente no evento e, claro, seguimos transformando tudo em insights pra vocês.
Tivemos a oportunidade de prestigiar palestras de grandes lideranças, que deram alertas e desafios importantes para o universo do varejo, o que nos refletir muito sobre o mercado de beleza.
Pra você entender melhor, sintetizamos tudo em insights poderosos que vão inspirar e motivar você.
Lições da Ralph Lauren
Há 50 anos a Ralph Lauren faz história no mundo da moda e sua influência no varejo só cresce, sabe por que? Porque ela sabe se adaptar.
Patrice Louvet, CEO da empresa, contou que começou vendendo uma gravata e hoje oferece produtos multicategorias. Não tem outro jeito, pra crescer tem que estar aberto à mudança mesmo.
Isso porque, segundo ele, a herança por si só não é suficiente para uma marca. “A inovação é o que nos diferencia”, ela disse. Quer mais? Olha o que eles tem feito para se adaptar às novas demandas:
- Abriram lojas no mundo inteiro, eles valorizam muito a experiência da loja física;
- Investiram em novas categorias como sapatos e artigos para o lar;
- Estão bombando nos canais digitais, que dá conforto e suporta o universo físico da marca.
A verdade é que a essência da estratégia deles é elevar a marca, sendo vista como um grande negócio de luxo. O consumidor quer produtos que contem uma história e ofereçam uma experiência elevada, e é isso que eles fazem com muita sofisticação.
Não para por aí! Apesar de saber a importância do digital, a marca acredita muito no papel da loja física. “Estamos no caminho do negócio omnichannel, com o consumidor que navega pelas redes sociais, em nosso site, no e-commerce. Estamos onde o consumidor está”, contou Patrice, sinalizando a importância da parceria também com as lojas de departamento.
Digital
Sobre o digital, eles já tem loja no Roblox (que, inclusive, tem se destacado aqui no evento. Anota pra ficar de olho!). “Nas últimas duas semanas, vendemos mais de 100 mil unidades de produtos no metaverso”, disse. Fiquei empolgado com a proporção que o metaverso tá tomando.
Sustentabilidade
Falar de sustentabilidade na moda é desafiador porque, sejamos sinceros, é uma indústria que amarga uma má reputação nessa área. Quem levantou isso foi o próprio Patrice. “Temos adotado o conceito do eterno e não efêmero, além da economia circular. Queremos que a roupa que você compra hoje possa ser usada depois de 20 anos”, revelou.
Vamos ficar alerta no mercado de beleza também porque, como a Ralph Lauren bem sabe, as empresas que não priorizarem o assunto em suas agendas, enfrentarão problemas com os consumidores. Recado tá dado!
A liderança da US Walmart
O executivo John Furner, CEO e presidente do US Walmart, que começou sua carreira na década de 90, em uma das lojas do grupo, compartilhou suas experiências e aprendizados com o mediador e presidente da NRF.
Nos últimos dois anos sua equipe se preocupou muito com os colaboradores e a forma de interagir com os consumidores. É claro que tudo tem andado tão bem porque o cliente está no cerne de tudo o que fazem.
Eu gostei muito que ele levantou a bandeira da importância de não se perder olhando para o próprio umbigo. “Temos que encontrar o cliente onde ele deseja, onde for mais conveniente”.
Com essa mentalidade, na pandemia, eles precisaram ser realmente ágeis, trazendo também mais importância para novos temas na liderança. “Nos preocupamos com mão de obra qualificada e queremos fazer a diferença na área da diversidade e inclusão, melhorando nosso recrutamento de talentos negros e mulheres. Isso é algo que todos os varejistas não poderão fugir. Temos que dar o próximo passo nesse sentido”, contou.
Encontrando a geração Z onde ela está
A NRF Big Show não deixou a desejar quando o assunto é falar sobre a geração Z e trouxe, nada menos, que Megan Loyst, de apenas 24 anos, Fundadora da Gen Z VCs, comunidade com mais de 10 mil jovens investidores em tecnologia.
Além de muita prepresentatividade, sua presença no evento despertou interesse de todo mundo, porque ela desvendou várias características interessantes da própria geração. Olha alguns:
- Compram muito em lojas de segunda mão, mas também gostam de peças únicas;
- Luxo para a geração é algo complexo. Eles ponderam muito o preço e as necessidades;
- Se importam com a origem dos produtos;
- Abraçam naturalmente o mundo digital e físico. Priorizam experiências exclusivas e sabem que, em algumas situações, não será possível ter no digital;
- Se preocupam com valores ambientais e combate aos padrões de beleza. Tudo que fazem é autêntico e consistente;
- Muitas marcas fazem campanhas rasas, mudando só a apresentação de produtos, mas sabemos que não conversam com as demais atitudes. Isso é observado pela Gen Z;
- Metaverso: um mundo em que essa nova geração investe tempo (e está disposta a investir dinheiro também!);
Uma das coisas que chamou bastante atenção foi quando ela contou que o segredo para trabalhar no metaverso é perguntar à sua comunidade. Parece óbvio, mas você já perguntou?
Não dá pra esperar. As coisas já estão acontecendo! Plataformas como Roblox e Fortnite têm usuários com média de 18 a 24 anos. O Tik Tok também mostra que a nova geração busca histórias e conteúdos úteis e não vendas.
Um ótimo exemplo que Megan deu foi sobre o Duolingo, que apesar de ter como objetivo vender seus planos de assinatura via aplicativo, oferece conteúdo incrivelmente útil e inovador para as pessoas.
Muita coisa pra pensar, né?
Albertsons e a lealdade do consumidor
Quem propôs grandes reflexões sobre o assunto, foi o Vivek Sankaran, CEO do Albertsons. Ele disse que o valor de um varejo deve ser avaliado com base na confiança e lealdade dos consumidores. “Temos clientes que estão conosco há mais de 40 anos. Se isso não for um bom avaliador de sucesso, não sei o que poderia ser”, falou todo orgulhoso.
Pra ele, o que faz a diferença é o relacionamento que construímos. Vivek acredita que o Albertsons faz isso de forma muito humana, mesmo diante da digitalização intensa de suas operações. “É certo que os clientes compram em lojas próximas, mas é mais do que isso. É a forma como ele se relaciona com a sua marca, os benefícios que você oferece. Muitos clientes vão mais vezes à sua loja do que na igreja, na casa de um familiar, por exemplo”, declarou.
Na pandemia, num cenário tão imprevisível, a empresa precisou aprender o que era valor para os clientes e funcionários. “Agilidade foi algo que treinamos muito, mas também será uma habilidade que nos será exigida daqui para frente”, finalizou.
Muita coisa pra processar e ainda temos mais coisas para compartilhar. Espero que, até o fim da NRF Big Show, possamos despertar grandes visões e muita inspiração.
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