Cabeleireira cuidando dos cabelos de uma cliente em um salão de beleza. A profissional está penteando ou ajustando os fios ondulados e loiros da cliente, transmitindo um momento de atenção, cuidado e experiência sensorial típica do ambiente de beleza. Ao fundo, vê-se outro espelho e cliente, reforçando o cenário profissional e acolhedor do salão.

O novo papel do dono de lojas de beleza: de chefe a curador de experiências

O sucesso da loja de beleza passa por uma nova liderança - aquela que entende de gente, traduz tendências em experiências e transforma cada visita em conexão.

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FigCaption Imagem: acervo
Por Redação em 27/06/2025 Atualizado Atualizado: 27/06/2025 às 20:04
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O papel do dono de lojas de beleza está passando por uma transformação significativa, passando de um modelo de gestão tradicional para o de curador de experiências. Com um mercado de beleza em crescimento, os líderes agora precisam entender as emoções e necessidades dos consumidores, criando ambientes que não apenas vendam produtos, mas que também proporcionem experiências memoráveis. Essa nova abordagem envolve ouvir os clientes, adaptar a oferta de produtos às suas preferências e utilizar tecnologias inovadoras, sem perder o toque humano. Assim, os proprietários se tornam não apenas gestores, mas também formadores de comunidade e cultura, reconhecendo que a fidelização é fruto do encantamento e da conexão.
Resumo supervisionado por jornalista.

Liderar um varejo de beleza já foi, por muito tempo, sinônimo de estoque cheio, equipe na ponta do atendimento e olho no caixa. Mas o cenário mudou. Num mercado que movimentou mais de R$ 16 bilhões apenas no segundo trimestre de 2024, segundo dados da ABF (Associação Brasileira de Franchising), a concorrência acirrada e as novas exigências do consumidor estão redesenhando o papel do dono de loja. Hoje, mais do que um gestor, ele é chamado a ser um curador de experiências.

Uma loja que vende mais do que produtos

Quem entra numa loja de cosméticos não está apenas procurando um novo batom ou um creme para o cabelo. Está em busca de se sentir bem, de se expressar, de viver um momento só seu. É por isso que o ponto de venda precisa ir além da transação. Ele precisa emocionar.

E aí entra o novo papel do dono ou gestora da loja: criar um ambiente que convide, acolha e surpreenda. Do aroma ao atendimento, da disposição das prateleiras à playlist de fundo, tudo comunica. Tudo é experiência.

Do comando à escuta: uma nova liderança

Esse novo perfil de liderança exige uma mudança de mentalidade. Deixar de ser o “chefe que manda” para se tornar o líder que escuta, observa e entende as nuances do comportamento de consumo. Saber o que faz os olhos de um cliente brilharem ou o que leva uma consumidora a voltar, mesmo que o produto exista em outras prateleiras, é o tipo de sensibilidade que hoje vale ouro.

Quem assume esse olhar, começa a entender que a fidelização nasce do encantamento, e que isso não se improvisa. É trabalho de quem está por perto, atento, testando, ouvindo e ajustando o tempo todo.

Curadoria é o novo estoque

Montar um mix de produtos deixou de ser uma tarefa meramente operacional para se tornar um exercício de leitura cultural e comportamental. Quais marcas refletem os valores da sua clientela? Que tipo de necessidade estética ou emocional seu público quer resolver com aquele produto? O que é tendência e o que é verdade para quem consome com propósito?

É nesse ponto que o dono deixa de ser apenas um distribuidor e passa a ser um curador do que realmente importa para o seu público. A loja, nesse contexto, vira uma extensão da identidade dos seus consumidores.

Tecnologia e sensorialidade: o melhor dos dois mundos

Não dá pra falar de experiência sem citar os avanços tecnológicos no varejo de beleza. Espelhos inteligentes, aplicativos de recomendação e até testes virtuais já são realidade em muitas redes, mas o toque humano continua sendo o grande diferencial.

Criar momentos sensoriais dentro da loja, como demonstrações, aulas rápidas ou dias temáticos, também são formas eficazes de engajar. O consumidor quer experimentar, testar, sentir. E isso exige planejamento, mas também liberdade criativa, um campo fértil para líderes que pensam fora da caixa.

Líderes que adotam essas tecnologias fortalecem sua posição de consultores de confiança, entregando produtos alinhados ao perfil único do público e justificando preços premium, já que 62 % dos brasileiros aceitam pagar mais por personalização

Um novo tempo para quem lidera

A boa notícia é que esse novo papel é também mais potente e mais autoral. Donos de lojas que antes se viam apenas como operadores do dia a dia, agora ocupam o centro da estratégia, com capacidade de moldar cultura, educar o cliente e formar comunidade.No fim das contas, ser curador de experiências não é abandonar o lado gestor, mas sim somar a ele o olhar de quem entende que a beleza está nos detalhes – e que cada detalhe pode ser uma oportunidade de conexão.