Skala estratégias

“Estamos reforçando consistentemente os investimentos no exterior”, diz presidente da Skala

Um ano após o furor no TikTok com o Potão 2 em 1 para cabelo, presidente da Skala fala das estratégias para conquistar consumidores mundo afora.

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Tarik Mohallem
Por Redação em 18/10/2024 Atualizado: 28/10/2024 às 13:10

No ano passado, um vídeo curto e espontâneo de uma peruana que mora nos Estados Unidos, contando que tinha conseguido domar seus cachos com um produto comprado em uma viagem ao Brasil por menos de 5 dólares, teve mais de 10 milhões de visualizações no TikTok. Trata-se do chamado Potão Skala, um creme de 1 quilo, do tipo 2 em 1, que funciona como condicionador e creme modelador sem enxágue, custa menos de R$ 20 e é uma febre entre quem tem fios longuíssimos e cacheados.

De lá para cá, muita coisa aconteceu com a marca mineira, e quem conta essa história alucinante e inspiradora, em uma entrevista exclusiva, é o presidente da Skala Internacional, Tarik Mohallem; acompanhe.

No ano passado, o vídeo espontâneo de uma consumidora dos EUA no TikTok provocou um boom em torno do Potão 2 em 1 Skala. De lá para cá, o que aconteceu com a marca no exterior?

Realmente, a popularização do vídeo atraiu muitos olhares para a marca nos EUA, mas é importante mencionar que a Skala tem conquistado uma presença internacional significativa em mais de 70 países, em todos os continente, tendo se reestruturado para atingir uma aceleração desproporcional dos negócios internacionais. Em 2024, a marca já triplicou a média de vendas mensais para os mercados estrangeiros. Nos EUA, este

número é ainda maior, representando um crescimento de mais de 500% na média mensal, fruto de um foco intenso na execução do ponto de venda, na comunicação inovadora e engajadora com nossos consumidores, e na equação de valor imbatível que a marca oferece: um produto de alta performance que leva a nossa brasilidade mundo a fora, nas quantidades que os consumidores precisam e sempre muito acessível a todos.

Como foi a decisão de exportar a marca? Afinal, o sucesso nas redes sociais pode não refletir na compra efetiva de um produto.

Sabíamos que o sucesso nas redes sociais não necessariamente se traduziria em vendas imediatas, mas vimos um engajamento genuíno e uma comunidade ativa em torno da marca, o que nos deu confiança para expandir. O feedback positivo dos consumidores, junto com o volume crescente de buscas e menções da marca no exterior, nos mostrou que havia um mercado pronto para receber nossos produtos.

Exportar é um desejo de muitos empreendedores e marcas do Brasil. Com base na sua experiência, você acredita que esse desejo de exportar deve realmente ser alimentado?

É claro que esta decisão deve ser inerente a cada empresa e tipo de negócio. Mas, como regra geral, acreditamos que só vale a pena investir pesado na exportação quando a proposta de valor do produto é diferenciada, tanto na qualidade que oferece, quanto na diferenciação em relação ao que já está disponível no mercado. Sempre volta ao ponto principal de satisfazer as demandas e necessidades dos consumidores, e por isso é preciso ter muito claro qual é o diferencial da marca.

O TikTok é a plataforma mais relevante da Skala?

Hoje, o TikTok desempenha um papel fundamental para nós. A plataforma nos permite alcançar consumidores de maneira autêntica e orgânica, com tutoriais e depoimentos que ressoam com um público jovem e engajado. O impacto que vimos através do TikTok foi significativo para nossa marca, tanto no Brasil quanto no exterior.

O principal foco da comunicação da Skala está no depoimento de clientes e tutoriais de como usar os produtos? Quais estratégias vocês usaram para atingir esse case, de conquistar tantas ‘influenciadoras’ da marca a custo zero?

Os consumidores estão sempre no centro da comunicação, e, para nós, a ferramenta mais poderosa para convencer novos clientes a experimentarem Skala é a validação do próprio público que já compõe nossa base atual. Afinal, o fato de serem depoimentos espontâneos e genuínos gera muito mais credibilidade e alcance para a marca.

Pode falar sobre a escolha de trabalhar com micro influenciadoras em vez de associar a marca a nomes de maior projeção?

Optamos por trabalhar com micro e nano influenciadoras porque acreditamos que elas têm uma conexão mais próxima e autêntica com seus seguidores em cada um dos países. Elas conseguem criar um diálogo mais íntimo e real, o que muitas vezes é mais eficaz do que associar a marca a grandes nomes. Além disso, a relação custo-benefício é mais interessante, e conseguimos atingir um público diverso em várias regiões.

Elas podem não ser celebridades famosas, mas possuem uma relevância e credibilidade incrível dentro do seu entorno.

A Skala nasceu lá nos anos 1980 tendo em foco a consumidora de menor poder aquisitivo; há planos para mudar isso?

Sempre oferecemos produtos acessíveis e de alta qualidade. Portanto, é parte da nossa essência ser uma marca democrática, que alcança consumidores de todo tipo de poder aquisitivo. Mas, estamos sempre explorando maneiras de inovar e atender a diferentes necessidades dos nossos clientes, mantendo o compromisso de acessibilidade.

Atualmente, a Skala exporta mais de 80 produtos, incluindo cremes de tratamento, xampus, condicionadores e cremes para pentear. Quais os planos para o futuro da marca?

Além de continuar investindo fortemente no mercado de cosmético, estamos também reforçando nossa estrutura e incrementando consistentemente investimentos para continuar essa aceleração do mercado internacional. Nosso intuito é servir um número cada vez maior de consumidores mundo a fora, levando beleza de forma acessível para todos.