Vendas humanizadas: quando o acolhimento se torna o verdadeiro diferencial

Joana Silva defende que, mais do que técnica, o profissional de beleza precisa desenvolver empatia e escuta para fidelizar o cliente em um mercado cada vez mais competitivo.

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FigCaption Imagem: Divulgação Beauty Fair Co.
Por Redação em 22/10/2025 Atualizado Atualizado: 24/10/2025 às 21:41
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Durante a Professional Fair Rio de Janeiro, a especialista Joana Silva destacou a importância das vendas humanizadas no setor de beleza, enfatizando que o acolhimento e a empatia são essenciais para fidelizar clientes em um mercado competitivo. Segundo ela, a pandemia trouxe uma nova sensibilidade ao consumidor, que agora busca mais do que serviços, mas também um espaço seguro para desabafar. Joana defende que o profissional deve desenvolver habilidades de escuta e perceber as necessidades individuais de cada cliente, tornando a experiência mais pessoal e significativa. No futuro, a personalização e o cuidado continuarão a ser tendências, reforçando o valor do toque humano em um mundo cada vez mais impessoal.
Resumo supervisionado por jornalista.

Durante a Professional Fair Rio de Janeiro, a especialista Joana Silva, do blog para cabeleireiros Dicas da Joana, levou ao palco uma reflexão essencial para o setor: “Vendas humanizadas de produtos e serviços”. Um tema que ela aborda há mais de 15 anos, mas que, segundo ela, ganhou ainda mais relevância no pós-pandemia.

“Durante muito tempo, treinamos apenas as mãos – corte, mechas, escova, mas esquecemos de treinar o comportamento”, explicou Joana. “Depois de tudo o que o mundo viveu durante a Pandemia, ficou claro que o cliente mudou. Ficamos mais sensíveis, mais atentos a como somos tratados. E o profissional precisa acompanhar essa transformação.”

Para ela, a humanização é hoje o principal diferencial competitivo. “Tem muito salão, muita loja, muito de tudo. Hoje, é o consumidor quem decide. Então eu sempre pergunto: se todos na sua rua fazem o mesmo serviço, usam as mesmas marcas e cobram os mesmos preços, por que eu escolheria você? O que te diferencia é o seu comportamento, a sua forma de atender.”

Empatia e escuta: o novo treino do profissional de beleza

A especialista acredita que o primeiro passo para um atendimento humanizado é o desenvolvimento da empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro. “Quando você faz isso, naturalmente passa a perceber como a pessoa gostaria de ser tratada. E é aí que entra a sensibilidade: cada cliente é único. Há quem queira conversar, há quem prefira silêncio. O papel do profissional é perceber isso e respeitar.”

Ela conta que o salão de beleza se tornou um espaço onde o cliente busca mais do que um serviço, buscando acolhimento. “Muitos veem o momento na cadeira como um espaço seguro para desabafar. Por isso, é importante aprender a ouvir, mas também a guardar o que se ouve. O que se fala ali, fica ali. Isso cria confiança e transforma o atendimento.”

Joana lembra, com humor, de um antigo conselho de uma professora: “Ela dizia que o cabeleireiro precisava ter três assuntos prontos, política, novela e alguma notícia do momento, pra puxar conversa. Hoje, o desafio é o contrário: saber quando ficar em silêncio.”

O futuro do atendimento: mais sensível, mais humano

Imagem: Divulgação Beauty Fair Co.

Ao olhar para o futuro, a especialista acredita que a tendência da personalização e do cuidado só tende a crescer, ainda que o ritmo das mudanças seja cada vez mais acelerado. “A transformação é constante. O que não muda é a importância da empatia. Isso é atemporal”, afirma.

Para ela, o papel do profissional de beleza vai muito além de aplicar produtos ou executar técnicas. “Somos parte da vida das pessoas. Muitas vezes, fazemos o cabelo da menina de 14 anos e, anos depois, o da mulher de 50. Isso cria laços que nenhuma máquina substitui.”

Em um mundo em que a tecnologia avança e o consumo se torna mais impessoal, Joana Silva lembra que o toque humano, no gesto, na escuta, no olhar, é o que faz a diferença entre uma venda comum e uma venda que cria conexão.