Vivi Assad: “Dar palestras não é sobre a gente, é sobre agregar valor à vida do outro”

No palco da Beauty Fair 2024, especialista em micropigmentação paramédica revela como tem transformado a vida de mulheres através da reconstrução das mamas

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Por Redação em 23/09/2024 Atualizado: 23/09/2024 às 21:07

O Congresso de Micropigmentação da Beauty Fair 2024 abordou um tema de grande importância para a saúde física e emocional das mulheres: a reconstrução das aréolas como parte do processo de recuperação pós-câncer de mama. Sob o comando de Vivi Assad, especialista em micropigmentação paramédica, a palestra revelou como essa técnica pode ser um divisor de águas na autoestima de quem passa por cirurgias oncológicas ou plásticas.

Vivi, que já coordenou um dos maiores spas de Sidney, na Austrália, e se especializou em micropigmentação de sobrancelhas, lábios e procedimentos paramédicos, compartilhou com o público sua jornada pessoal e profissional. Sua motivação para entrar na área de micropigmentação paramédica veio de uma experiência dolorosa e transformadora: o diagnóstico de câncer de mama da própria mãe.

“Quando eu vi minha mãe se olhando no espelho, após uma cirurgia de reconstrução de mamas, e se reconhecendo como mulher, eu disse: ‘preciso levar isso para outras pessoas, para outras mulheres e para as minhas alunas”, relembra Vivi. Esse momento a impulsionou a dedicar sua carreira a oferecer esse tipo de suporte a outras mulheres que, após passarem por cirurgias oncológicas, enfrentam desafios emocionais ao lidarem com as mudanças no próprio corpo.

O câncer de mama é uma realidade dura que afeta milhares de mulheres no Brasil. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2023 foram registrados 73.610 novos casos, representando 29,7% de todos os tipos de câncer em mulheres brasileiras. Com uma taxa de sobrevivência de 83% após cinco anos do diagnóstico, a reconstrução de aréolos é uma etapa fundamental no processo de cura emocional dessas mulheres, permitindo que se reconectem com sua identidade e feminilidade.

Além das que enfrentaram o câncer, o trabalho de Vivi também alcança pacientes que passaram por cirurgias plásticas e reconstruções mamárias, além de aquelas que sofreram com necroses. O Brasil, que ocupa o segundo lugar no ranking mundial de cirurgias plásticas, é um mercado fértil para esse tipo de técnica, reforçando o impacto transformador da micropigmentação.

Durante o congresso, a Vivi reforçou a importância de cuidar da saúde desde cedo, especialmente para mulheres acima dos 50 anos, destacando o aspecto psicológico do seu trabalho, explicando que a micropigmentação vai muito além do estético: “Nós fazemos um acompanhamento psicológico e emocional das pessoas que passaram por esse processo, ajudando-as a se verem no espelho, se reconhecerem e se conectarem consigo mesmas”, afirmou.

Com uma visão inovadora sobre o mercado, Vivi destacou que a micropigmentação paramédica ainda é um campo pouco explorado, mas com grande potencial, não só em termos financeiros, mas também de impacto social. “Dar palestras não é sobre a gente, é sobre agregar valor à vida do outro”, disse. E para ela, esse valor foi duplo: além de transformar a vida de suas pacientes, também enriqueceu sua trajetória como profissional.

O trabalho da profissional, portanto, vai muito além de uma técnica estética. É uma missão de resgate da autoestima e do reconhecimento feminino, levando alívio e cura emocional para inúmeras mulheres que, ao olharem para o espelho, encontram novamente sua força e identidade.