Varejo

Experiência do cliente e novas tecnologias fazem parte do futuro do varejo de cosméticos

Cesar Tsukuda, diretor-geral da Beauty Fair, fala sobre o consumidor querer ser reconhecido como indivíduo e não parte integrante de um grupo. Confira!

Experiência do cliente
Por Redação em 9 de abril de 2020

O comportamento de compra dos consumidores está em constante atualização e apesar da internet ser a principal forma de se descobrir novos produtos de beleza, grande parte dos clientes ainda preferem comprá-los presencialmente, em pontos físicos. Isso foi constatado através de uma recente pesquisa feita pela plataforma de mídia Teads. Segundo o estudo, 65% das pessoas entrevistadas preferem fazer compras em lojas de departamentos, quase a mesma quantidade quando se fala em redes varejistas (64%). 

Os varejistas de beleza são muito importantes para o mercado de cosméticos no Brasil, já que através deles os consumidores podem ter um contato maior com os produtos. “Ele está entre os mais competitivos, fortes e criativos do mundo. É atento às tendências, se inspira em modelos internacionais de sucesso e adapta ao gosto do consumidor brasileiro”, afirma Cesar Tsukuda, diretor geral da Beauty Fair.

Personalização na experiência de compra
Em fevereiro deste ano, a Beauty Fair realizou o Pós-NRF 2020 para discutir o futuro do varejo de cosméticos no Brasil. “A loja física não vai morrer, mas passa a ser uma das etapas complementares de consumo das pessoas. Para manter a loja física relevante e atraente é preciso agregar produtos de qualidade a experiências inovadoras”, diz Tsukuda.

Ele também falou sobre a importância da personalização da jornada de compra para a evolução dos negócios de beleza. “O consumidor quer ser reconhecido como indivíduo, não parte integrante de um grupo. O lojista não pode mais oferecer a mesma promoção de xampu para todo o seu mailing. O cliente quer receber a promoção e as novidades da marca que gosta para o seu tipo correto de cabelo”, explica. 

Para fazer a personalização na experiência de compra dos consumidores, é essencial entendê-lo e isso deve ser feito através da coleta de dados. Mesmo lojas com grande volume de clientes podem obter dados pessoais e também de preferências de seus consumidores. “A personalização chegando ao nível do indivíduo é o ideal que todos procuram. No Brasil, vemos aqueles programas de fidelidade comuns em drogarias e supermercados que se baseiam no CPF e histórico de compras para montarem uma lista de ofertas e campanhas para cada cliente. Isso é ainda muito tímido, mas os caminhos estão sendo traçados”, afirma Celso de Moraes, CEO da rede de lojas multimarcas Mundo do Cabeleireiro.

Para Cesar Tsukuda, os empresários que quiserem se destacar no mercado da beleza precisam criar um ecossistema para criar soluções completas para os seus cliente. Seguindo o mesmo posicionamento, Celso Moraes cita grandes exemplos de marcas internacionais. “Esta já é uma realidade para grandes companhias, como a Amazon e Alibaba. Elas estão investindo em várias empresas, de diversos segmentos, como logística, para a entrega dos produtos que vendem, e bancos, para financiarem o consumidor ou varejista. Elas têm seus próprios meios de pagamento e ainda estão presentes nas áreas de entretenimento e mídia digital. Tudo o que você imaginar, está no ecossistema deles”, diz.

Moraes também defende a existência das lojas físicas. “A Amazon, que surgiu apenas no digital, comprou a rede de supermercados Whole Foods. A existência do ponto físico é inevitável. Ele é o local de experimentação, onde o cliente vai conhecer e sentir os produtos, servindo também como ponto de coleta, devolução ou troca de mercadorias”, opina.

Novas tecnologias no varejo de beleza
Outro fator citado por Tsukuda para o futuro do varejo de beleza é a aplicação de novas tecnologias. “O uso de realidade virtual e inteligência artificial nas lojas é outra forte tendência que observamos fora do Brasil”. Para o CEO do Mundo do Cabeleireiro isso é prioridade. “Estamos com a agenda de tecnologia bastante atrasada. Não apenas nós, mas cerca de 90% do varejo brasileiro. Nossa rede já está buscando fornecedores para tentar reverter esse cenário até 2021”, finaliza Moraes.

Fonte: Brasil Beauty News