Governança corporativa: como gerar valor para as empresas
A empresa que adotar as boas práticas de Governança terá bons resultados e relacionamento com a sociedade e o mercado, além de conquistar mais conhecimento e confiança
A governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. Ela é importante para qualquer empresa, independente do porte, ajudando no alinhamento de interesses que contribuem para qualidade da organização, sua longevidade e o bem comum.
A boa governança traz resultados valorosos para qualquer empresa. “Estamos falando de práticas que resultam em boa reputação com todo o ecossistema daquela cadeia e seus stakeholders. E esta, por consequência, reduz custos de transação, preserva e cria valor econômico”, explica a presidente do conselho de administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Gabriela Baumgart.
Ela diz que nas empresas de controle familiar, são observados pontos de atenção recorrentes. Um exemplo é a sucessão: pouco menos de 30% destas empresas têm plano de sucessão para cargos-chave. Este percentual cai para 20% quando é considerado o plano de sucessão para o presidente do conselho de administração.
“A pandemia também nos trouxe lições importantes. Ainda em 2020, 43% dos participantes de uma pesquisa realizada pelo IBGC relataram que suas empresas não possuíam políticas ou planos de gerenciamento de crises. Outra questão é a falta de diversidade. As mulheres, que são a maioria da população, ocupam apenas 14,3% dos cargos de liderança (conselhos de administração e diretoria) das companhias abertas. Sabemos que no dia a dia é difícil priorizar a adoção de medidas preventivas, mas estas mesmas medidas podem ser a chave para a continuidade dos negócios e para o enfrentamento de crises com menos turbulências.”
A executiva lembra que os problemas podem ser recorrentes, mas sua incidência pode ser reduzida com a adoção de boas práticas de governança. A governança gera um valor e esse valor é o que traz as oportunidades e o crescimento.
O IBGC tem uma referência que reúne as melhores práticas de governança corporativa, que é o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa.
Todas as recomendações do Código estão baseadas em quatro princípios – e esses princípios ajudam a tangibilizar o que são as boas práticas e nos mostram como a governança corporativa, apesar de parecer um conceito distante, está presente no dia a dia. São eles:
- Transparência: disponibilizar informações que sejam do interesse de todas as partes interessadas e não apenas aquelas que são exigidas por leis ou regulamentos ou relacionadas ao desempenho econômico;
- Equidade: tratamento justo e isonômico de todos;
- Prestação de contas: além de prestar contas, é preciso fazê-lo de modo claro, compreensivo e tempestivo;
- Responsabilidade corporativa: aqui queremos dizer que as organizações devem zelar por sua viabilidade, mas também reduzir externalidades negativas e aumentar positivas, levando em conta seus diversos capitais, como humano, social e ambiental.
“Após tudo isso, podemos entender que empresas com boa governança corporativa são aquelas que se baseiam na deliberação ética e que têm esses princípios impregnados em sua cultura”, pontua Gabriela, que complementa dizendo que há uma falsa ideia de que adotar boas práticas de governança custa caro ou só é possível para grandes empresas, o que não é verdade. “A boa governança é para todos e começa desde a implantação de um contrato social e dos acordos firmados entre os sócios, deixando tudo de forma transparente.”
Uma empresa com boa governança é uma empresa que valoriza, justamente, a transparência, a ética, a responsabilidade corporativa, a equidade, a diversidade e inclusão, a agenda ESG, entre outros pontos que destacamos no nosso Código e na Agenda Positiva de Governança.
Com isso, Gabriela lembra que a empresa ou organização que segue esse caminho consegue ter bons resultados e preservar, além da imagem e reputação, um bom relacionamento com o mercado e a sociedade.
Processo de sucessão nas empresas familiares
O processo sucessório das empresas familiares é contínuo e ocorre nos círculos de família, propriedade e gestão. A sucessão é um dos processos mais determinantes e complexos das empresas de controle familiar. É o momento em que a família empresária se vê frente a frente com suas ambiguidades, tendo de lidar, de um lado, com aspectos financeiros e estruturas legais; de outro, com fatores emocionais, vínculos e cultura familiares.
A transição pode oferecer oportunidades de crescimento, mas também ocasionar desconforto. Para enfrentar esses desafios, tanto a alta cúpula do negócio quanto a família devem se preparar e se alinhar aos modelos de governança estabelecidos. “Um processo sucessório bem planejado e bem executado contribui para a longevidade do negócio, o crescimento sustentável da empresa e a continuidade do legado da família e quanto mais inclusivo e consensual for o processo sucessório, melhor. Quanto mais informações, treinamento e interação entre os membros da família, melhor. Quanto mais todos conhecerem seus pares, direitos e deveres, bens, objetivos e estratégias do negócio comum, mais tranquila será a transição. A sucessão não é um evento, mas sim um processo que requer organização, planejamento, cuidado, afeto e, sobretudo, tempo”, destaca Gabriela.
Beauty Fair e IBGC juntos!
A Beauty Fair e o IBGC fecharam uma parceria exclusiva e criaram o Programa de Imersão em Governança Corporativa com Ênfase no Mercado de Beleza, que acontecerá de 21 a 23 de outubro de 2022, no Almenat, Embú das Artes (SP).
Donos de empresas familiares, nos segmentos de indústria e varejo, do mercado de beleza, que desejam estruturar seus negócios de acordo com as melhores práticas de governança, de olho com processos de sucessão de liderança, podem participar.
Entre os objetivos da imersão estão:
- Benefícios e melhores práticas da governança corporativa e sua aplicação nas empresas familiares;
- Debater sobre a importância de um processo de sucessão bem estruturado;
- Compreender os primeiros passos para a implantação das boas práticas de Governança nas Empresas Familiares.
Para o gerente de educação corporativa do IBGC, Rodrigo Miguel Trentin, reforça que conhecimento é sempre importante e quando você promove um debate qualificado, baseado em exemplos práticos e muita troca de experiência, tudo isso faz muita diferença para o desenvolvimento das organizações. “É claro que esse é só um primeiro passo, já que consideramos Governança uma jornada. Mas é um primeiro passo com muito embasamento, qualidade e segurança.”
Ele diz ainda que Governança sempre foi um grande diferencial para as empresas que tem sucesso. “Não é só para empresas grandes, é para quem pensa grande! E quando falamos de Governança focado nas particularidades das empresas familiares, isso faz mais diferença ainda. Organizar a empresa, mas também a família, é fundamental para a evolução dos negócios e a manutenção da unidade e do legado familiar.”
Dentro da agenda da imersão, a ideia é trazer um conteúdo que esteja alinhado às melhores práticas de Governança, mas fazendo um olhar mais direcionado para as particularidades do setor. “Para isso, teremos painéis com conteúdos mais técnicos, depoimentos, cases e muito debate para a construção de um conhecimento que viabilize a sua implantação”, revela Trentin.
Serão ministradas aulas presenciais sempre baseada em exemplos práticos, atividades e dinâmicas que busquem aproximar as aulas ao dia a dia dos negócios familiares.
Os instrutores são profissionais atuantes nas principais áreas da governança corporativa, associados ao IBGC e comprometidos com as Melhores Práticas de Governança Corporativa.
Todos os participantes recebem certificado emitido pela IBGC em parceria com a Beauty Fair.
