Varejo

Metaverso e mercado da beleza? Entenda o poder dessa relação para os próximos anos

Entenda como o conceito de metaverso pode provocar mudanças para o mercado da beleza.

Metaverso
Por Gleicy Palheta em 3 de fevereiro de 2022

O conceito de metaverso ganhou destaque mundial quando, em outubro de 2021, Mark Zuckerberg anunciou a mudança de nome da marca Facebook para Meta e declarou suas apostas nesse novo panorama mundial.

Apesar de toda a popularização que essa mudança trouxe, o metaverso é uma ideia antiga, que já vem se estabelecendo há algum tempo: seja em games, filmes ou experimentações,  a proposta do metaverso é gerar grandes mudanças no virtual como conhecemos hoje.

Essas expectativas de mudanças já estão refletindo em vários setores, como nos investimentos, entretenimento, varejo e, claro, o mercado da beleza não fica de fora. Mas a questão é: quais serão os efeitos dessa novidade?

A Beauty Fair esteve na NRF 2022, durante os dias 15 a 21 de janeiro e, por lá, o que mais se falava era nessa novidade, que já promete e cumpre tanto. Por isso, investigamos melhor a promessa do metaverso e trouxemos alguns cenários possíveis dessa união com o mercado da beleza.

Afinal, o que é o metaverso?

A concepção de um universo completamente virtual é antiga, com a primeira aparição em 1992, no livro de ficção científica Snow Crash, do escritor Neal Stephenson, considerado como um dos melhores romances dos anos 1990 pela revista Times.

No livro, Neal Stephenson explora a ideia de um universo virtual, com direito a avatares, cidades inteiras e muitas experiências alucinantes. Toda a história serviu de inspiração para muitas ideias e criações que vieram depois: games, filmes e muitos projetos futuristas, como é o caso do Meta, de Zuckerberg.

O fato é que aquilo que era teoria futurista antes, está cada vez mais difundido e concreto nos dias atuais e a tendência é que o metaverso tenha um alcance para muito além do virtual: seus efeitos na vida real já estão acontecendo.

Mas não encare isso como alarmismo, porque o conceito de metaverso ainda está se desenvolvendo e promete trazer muitos benefícios.

Inicialmente, o metaverso pretende ser um espaço virtual, que utiliza a estratégia omnichannel, o qual interliga os canais digitais com os físicos, transformando em uma experiência una, onde tudo está conectado.

Através dessa ideia, o metaverso se consolida em um mundo onde tudo é possível: cidades, comércio, ciência, religião, moda e beleza. Um ambiente virtual onde as pessoas possam se relacionar, comprar, vender e acessar entretenimento, para muito além das telas dos celulares.

Parece alucinante, não é? Mas calma que as transformações serão graduais.

Durante a NRF Big Show 2022 – o maior evento de varejo do mundo – que aconteceu em Nova York, muito se falou sobre o metaverso. Grandes nomes do varejo discutiram sobre esse projeto futurista (mas bem próximo) e a conclusão é que o metaverso se consolida como uma oportunidade de marketing e vendas do futuro, onde os consumidores estarão concentrados e identificados por nichos e preferências.

No metaverso, a projeção é que as marcas possam marcar presença massivamente no virtual, de forma cada vez mais fluida, mas sem esquecer do físico, construindo essa relação de interconectividade de canais.

Cesar Tsukuda, Diretor-Geral da Beauty Fair, esteve na NRF e concluiu que “ainda há muita dúvida sobre a aplicabilidade do metaverso, apesar de já terem varejistas e empresas executando e, porque não dizer, ganhando dinheiro com isso. Eu acho que é importante a gente acompanhar os próximos passos dessa realidade e estar muito inteirado com o que ele pode proporcionar para os varejos”.

Algumas empresas já saíram na frente

Apesar de pouco se saber como será a prática dessa realidade virtual, muitas empresas já estão apostando na proposta, como é o caso da Gucci que criou um espaço virtual experimental, chamado de Vault, consistente em uma plataforma para comércio de peças exclusivas.

Outra marcar que está dando o que falar no metaverso é a P&G Beauty, com a estreia do seu mundo virtual de contadores de histórias – a BeautySphere – que permite aos visitantes a interação virtual com o portfólio de marcas do grupo, através de conteúdos ao vivo e simulados, com um foco na ideia de beleza responsável.

Outras marcas como Givenchy, Nars, Nike, Adidas, Balenciaga, Tommy Hilfiger, entre tantas outras, já estão se aventurando nesse novo universo, mostrando que estão de olho no futuro e que pretendem apostar alto nesse promissor mercado.

Como o metaverso e o mercado da beleza podem andar juntos?

Cesar Tsukuda, Diretor-Geral da Beauty Fair, na NRF 2022

Que o projeto metaverso pretende alcançar todos os nichos do mercado, é certo. Mas a pergunta que não quer calar é: como isso vai acontecer? 

De um modo geral, é possível vislumbrar 3 tendências que estão se estabelecendo: o comércio em multicanais, novos olhares para o marketing e a experiência do consumidor.

1- Comércio em multicanais 

O uso dos  multicanais – ou omnichannel – visa integrar o físico com o digital, onde uma pessoa pode fazer compras online e retirar na loja física. Essa estratégica torna o canal físico como um ponto de apoio para o online, onde um fortalece o outro.

Para Caio Camargo, escritor, colunista, palestrante e Diretor da Linx Retail, “está claro que os modelos menos interativos serão cada vez menos atrativos às novas gerações. Elas querem mais do que comprar: elas querem explorar, fazer parte, interagir com as marcas as quais se identificam”.

Assim, é possível sugerir a possibilidade de um salão de beleza realizar agendamentos, fazer orçamentos, análise de coloração e todas as transações através de uma realidade virtual, onde as pessoas interagem em tempo real, em espaços minimamente planejados e monitorados.

2- Novos olhares para o marketing

A expectativa é que a publicidade alcance formatos inéditos de interatividade e encontre novos públicos pelo metaverso.

Essa pode ser uma excelente oportunidade de conexão com a nova geração que já está assumindo poder de compra e que possui uma presença virtual cada vez mais massiva.

Através do metaverso, você pode fazer seu negócio de beleza ser visto por outros públicos e com novos formatos. Assim, conseguirá engajar uma audiência que não seria possível sem essa nova realidade. Uma dessas possibilidades é a gamificação do tratamento de beleza, levando o consumidor a ganhar pontos e recompensas por vencer as missões propostas pelo salão de beleza como manter o tratamento em casa, renovar o estoque de produtos sugeridos no tempo certo e visitar o salão regularmente.

3 – Experiência do consumidor

Aplicar o conceito do Metaverso vai além de se criar uma versão digital da loja. A ideia é oferecer serviços e experiências que dificilmente seriam reproduzidas no mundo real, como criar o ambiente perfeito para vendas e fidelização de clientes.

Para Bruna Fallani, Expert em Customer Experience e CRM na Shopper 2B “o foco no consumidor se torna uma obsessão e entender que é ele quem tem o poder de escolha, fará com o que a busca pela melhor experiência seja contínua”.

O mercado da beleza possui grandes apostas na ideia de que o metaverso veio pra abrir novas portas e expandir esse nicho. 

Através do conceito de uma realidade virtual cada vez mais massiva e acessível, novos públicos serão alcançados, novas formas de vender serão difundidas e novas formas de se relacionar com o consumidor serão descobertas.

Através de todas essas possibilidades, o que se espera é um fortalecimento crescente da relação mercado e cliente, de modo que gere conectividade, fidelização e expansão do acesso.

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