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Relação sistêmica profissional e empresarial: origens que ditam o futuro

Entenda os impactos da relação sistêmica tanto para o âmbito profissional, quanto para o pessoal.

relacao sistemica
Marie Suzuki Fujisawa
Por Marie Suzuki Fujisawa em 3 de novembro de 2022
Dra. Psicologia do Trabalho, especialista em Relações Sistêmicas Profissionais e empresariais, atua como gestora de conteúdo e de relações Institucionais da Beauty Fair. Conselheira do Confem-Fiesp, CACB e CMEC Nacional. Coordenadora técnica do curso de Gestão em Negócios da Beleza do IBMEC.

As relações sistêmicas atuam no âmbito pessoal, familiar e profissional. São relações que podem gerar padrões que se repetem por gerações no contexto pessoal e empresarial.

A consciência desse campo de atuação, altera o comportamento, pois mostra de onde vem ou surgiu esse padrão comportamental e como ele afeta todas as situações vivenciadas no presente.

Aplicar a metodologia das relações sistêmicas na vida e na empresa, pode quebrar os padrões indesejáveis que permeiam as relações pessoais e profissionais. Isso gera uma nova consciência que cria um ambiente mais harmônico e próspero.

Essa metodologia tem como base o trabalho do psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, que desenvolveu uma técnica de terapia breve conhecida como constelações sistêmicas. A base filosófica e teórica de seu estudo é atualmente utilizada em organizações, ajudando a trazer inclusão, ordem e equilíbrio entre equipes e, assim, maior leveza e fluidez aos negócios.

Sim, relação sistêmica profissional e empresarial: origens que ditam o futuro. Isso acontece porque as nossas origens e histórias familiares acabam impactando o nosso Futuro.

Segundo Bert Hellinger, a carreira profissional está conectada à relação que o indivíduo possui com a mãe que, por sua vez, impacta as situações relacionadas à profissão e o dinheiro. Já o PAI, impacta a vida do indivíduo no que cabe ao mundo, pois é ele que oferece a confiança para abrir o caminho para o mundo.

Relação sistêmica na prática

Na prática dos atendimentos realizados, darei alguns exemplos de como as origens familiares podem afetar nossas escolhas profissionais ou nos manter repetindo padrões.

Assim, observe ao seu redor e veja quantos médicos escolheram essa profissão para salvar a mamãe ou a avó que não sobreviveram à uma doença, ou não tiveram um atendimento adequado.

Quantos advogados viraram juízes, promotores, porque suas famílias sofreram injustiças ou foram enganadas? Perderam terras, casas, negócios, etc. Alguns podólogos que escolheram esta profissão porque seus pais, diabéticos perderam um dos pés após um atendimento mal realizado.

Micropigmentadores que trabalham com reconstituição das mamas após serem impactados com casos de câncer na família. Quantos profissionais de beleza atuam para cumprirem o seu propósito de trazer beleza na vida das pessoas, com a missão de restaurar a autoestima, assim como os seus ancestrais fizeram?

Quantos professores e acadêmicos estudam tanto por eles e pelos seus ancestrais que não sabiam ler ou não puderam frequentar uma escola? Quantas gerações de policiais existem em uma família?

Varejistas de sucesso, que seguem descolados de suas famílias de doutores, fazem descobertas interessantes em dinâmicas de relação sistêmica. Descobrem que através do seu negócio, honrou a profissão de comerciante do avô que com o comércio pôde pagar os estudos de todos os doutores da família.

Essas descobertas são libertadoras. Pois você deixa de se sentir o “patinho feio” da família para se identificar com os cisnes da sua origem familiar, fazendo com que a sua profissão e o seu negócio fluam com prosperidade.

Convido você a fazer!

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Voltando à premissa de que a carreira profissional está conectada à relação com a mãe, fica aqui uma atividade prática para você aplicar hoje. A princípio, quando você encontrar um profissional que te inspira, pergunte como é a relação dele com a mãe. Tenha certeza que ele abrirá um grande sorriso e lhe contará uma bela história de admiração ou superação.

Sabe por quê? Porque as pessoas que se destacam na profissão e ganham dinheiro, “tomaram” as suas mães do jeito que elas são. Independente das dificuldades que tiveram com elas, superaram essas diferenças e simplesmente não as julgam por nada. Sabem que suas mães deram a coisa mais importante do mundo: a vida.

Por isso, com base na consciência da relação sistêmica com a sua mãe é que vem junto a felicidade profissional. O mais incrível é que mesmo que você tenha sido adotado e não conheça a sua mãe biológica, é possível realizar dinâmicas que te permitem se conectar a ela.

Afinal, eu te pergunto: o quanto do histórico dos seus ancestrais influenciaram a sua carreira e profissão?
Você já parou para se perguntar o que você consegue fazer, estudar, trabalhar, por amor aos seus pais, avós, bisavós?

Minha experiência pessoal mostra que, mesmo sem saber, amamos tanto os nossos pais que somos capazes de seguir uma carreira ou profissão sem nos darmos conta que a nossa escolha foi por amor a eles, por amor aos seus sonhos não realizados.

Há muitos anos, li um livro que descrevia alguns atendimentos que Carl Gustav Jung (discípulo do psicanalista Sigmund Freud) realizava.

Em uma das histórias, Jung atendeu quatro irmãos que, ao se casarem, se apaixonavam por outras pessoas e se separavam. Ele resolveu conversar com a mãe desses irmãos e descobriu que a mãe se apaixonou quando já era casada e, por ser muito religiosa, escondeu esta paixão. Os filhos, sem saber, acabaram repetindo o padrão e passando pela mesma dor da mãe, de estarem casados e gostarem de outra pessoa.

Quando terminei de ler esta história, resolvi perguntar para os meus pais o que eles gostariam de ter estudado. Meu pai respondeu: “administração ou economia”, minha mãe respondeu: “eu estudei artes aplicadas”. Para a minha surpresa, dois dos meus irmãos fizeram administração e um estudou ciências econômicas. Já eu, fiz artes plásticas e magistério, antiga artes aplicadas, da época da minha mãe.

O que eu quero mostrar com essas histórias é que muitas vezes honramos os nossos pais repetindo um padrão ou trabalhando com uma profissão que está ligada às histórias da nossa família.

Então, te convido a refletir: quem da sua família já trabalhou com algo relacionado ao que você faz hoje? Quem da sua família queria fazer o que você faz hoje? Talvez, você possa olhar para esta pessoa e dizer: “Por amor a você, segui esta profissão. Me abençoe para que eu possa fazer um pouco diferente”.

Se estivermos preparados para o despertar da consciência de como as relações sistêmicas podem nos auxiliar, estaremos prontos para levar uma vida mais fluída, leve e abundante.

Agora eu te vejo!

Para saber mais sobre a atuação de Marie Suzuki Fujisawa clique aqui, ou acesse o Instagram @marie.relacao.sistemica.