Varejo

Vender em marketplaces já é realidade para 43% das perfumarias brasileiras

Ao mesmo tempo que os marketplaces, muitas vezes, se configuram como uma ameaça aos varejistas, parte deles já aderiu a este canal de vendas, aponta pesquisa encomendada pela Beauty Fair.

Perfumarias brasileiras
Por Ligia Favoretto em 22 de setembro de 2022

A pesquisa sobre o mercado de perfumaria encomendada pela Beauty Fair e apresentada no Fórum Beauty Fair Varejo de Beleza 2022 mostra que não dá para negar a força de um marketplace. Ele é considerado um grande aliado para exposição da marca, mas também concorrente em relação ao preço, sobretudo entre as lojas de menor porte, que não conseguem seguir a mesma tributação e regularização. 

Para o diretor geral da Beauty Fair, Cesar Tsukuda, a força e importância dos marketplaces são inegáveis, mas de certa forma, ele desorganiza o mercado. “Isso é perigoso porque pode trazer uma fragilidade para as nossas atividades. Os varejistas têm sim muito receio dos marketplaces, eles têm o sentimento claro de que estão perdendo vendas. A indústria, junto do varejista, precisa se organizar com a responsabilidade de posicionamento de preço para manter o mercado organizado. Manter preços regulados na ponta é uma ação decisiva para o futuro saudável dos negócios”, afirma. 

Os dados revelam que 43% dos entrevistados vendem cosméticos via marketplaces, sendo que os mais utilizados são: Magazine Luiza (54%); Mercado Livre (50%); Amazon e Americanas.com (25%). 

Busca por influência 

O consumidor é o protagonista e está cada vez mais bem informado. Isso é um fato e ponto, mas quem o tem influenciado? Dentro do ambiente eletrônico, as ativações ainda estão muito pautadas em cima dos influenciadores digitais, que cada vez mais, se tornam celebridades e verdadeiras sumidades na recomendação de produtos. Mas Tsukuda diz que é preciso tomar cuidado, porque no mundo da beleza, os profissionais ainda são os principais influencers. “Os cabelereiros, por exemplo, ainda são protagonistas para oferecer ou, de alguma forma, ensinar a consumidora a usar o produto correto, eles são os primeiros influenciadores deste mercado, mas na velocidade com que o digital avançou, abriu oportunidades para outros tipos de influencers que são igualmente importantes.” 

Para o executivo, a chave é regionalizar, buscar uma campanha que atinja o cliente de cada ponto de venda (PDV) e este é, justamente, o maior desafio, devido às dimensões continentais do Brasil. “Os hábitos de consumo entre cidades e estados é diferente. Então, ter uma rede nacional é um desafio enorme para entender o mix que aquela região consome.” 

Sobre a pesquisa 

O estudo foi realizado com 65 perfumarias, pelo Radar Pesquisas, em agosto de 2022.  

O objetivo é entender um pouco melhor de perfumaria, que tem uma série de oportunidades e dados que no dia a dia não são olhados e analisados com tanta atenção, além disso: identificar oportunidades, desafios, tendências, vantagens do setor, expectativas de consumo e alguns indicadores que possam mensurar o caminho daqui para a frente. 

A amostra foi bem dividida em todas as regiões do Brasil, sendo: 76,9% no Sudestes; 55,4% em São Paulo; 10,8% no Centro-Oeste; 9,2% no Nordeste; e 3,1% no Norte.