Indústria

Indústria da beleza lança novo olhar sobre a menopausa

Empoderamento feminino, discussões sobre etarismo e um mercado de US$ 600 bi têm estimulado a criação de produtos para esta fase da vida.

menopausa
Por Redação em 21 de fevereiro de 2024

Até o ano que vem, 1 bilhão de mulheres no mundo estarão na menopausa, uma oportunidade avaliada em cerca de 600 bilhões de dólares para as empresas. A estimativa é de um relatório do fundo de investimento Female Founders Fund. Esses números, bem como as discussões sobre etarismo e o empoderamento feminino, têm estimulado as marcas de beleza a falarem cada vez mais abertamente sobre menopausa para criar uma conexão com esse grupo e apresentar produtos que atendam demandas específicas desta fase da vida, como o ressecamento cutâneo e a flacidez.

Outra mostra da força dessa tendência é que a menopausa ganhou destaque no IMCAS, o maior congresso mundial de envelhecimento, que aconteceu em fevereiro, em Paris, com a presença de mais de 18 mil médicos de todos os continentes. Ali foi apresentado um estudo mostrando que a suplementação de carcinina por um mês é capaz de recuperar até oito anos de espessura dérmica em mulheres menopausadas.

“Um dos marcadores desse período é a diminuição do estrogênio, que faz com que se perca por ano cerca de 1% da espessura dérmica, que é formada por colágeno, elastina e ácido hialurônico. Com consequência, há maior propensão a rugas, linhas finas e desidratação. Se a paciente também tiver resistência à insulina ou diabetes, há um aumento do estado glicêmico que favorece a glicação, processo que altera a estrutura do colágeno, deixando-o menos denso e flexível, causando frouxidão do tecido”, diz a nutricionista Luísa Wolpe Simas, consultora de nutrição integrada da Biotec Dermocosméticos.

Em tempo: no estudo, mulheres de 47 a 59 anos, com diabetes e sobrepeso, receberam 300 mg de carcinina diariamente por 30 dias. Antes e depois desse período todas fizeram um ultrassom do rosto, para medir a espessura dérmica, e exames bioquímicos, para avaliar os parâmetros de frutosamina, um marcador glicêmico para rastreio da diabetes.

Na comparação dos resultados foi visto não só um aumento de 8,6% na densidade dérmica, mas também uma melhora dos parâmetros glicêmicos. “Isso acontece porque a carcinina se liga ao metilglioxal, o que diminui a ação da glicação no envelhecimento da pele”, completa Luísa Wolpe Simas.