Profissionais de Beleza

Publi disfarçado versus consumidor

Estudo divulgado pela Comissão Europeia mostra que só 1 em cada 5 influencers revela que conteúdo de posts são publicidade.

Publi disfarçado
Por Redação em 21 de fevereiro de 2024

Não é de hoje que se discute a responsabilidade do influenciador digital em apontar a publicação de conteúdo de publicidade em suas redes sociais, conforme vem sendo exigido em matéria de proteção dos consumidores. Essa história já gerou polêmicas e decisões enérgicas, como a aprovação de uma lei na França, no ano passado, que prevê pena de até dois anos de prisão e proibição da promoção de procedimentos estéticos e de investimentos de risco, entre outros.

O assunto volta agora à tona com um novo estudo da Comissão Europeia e de autoridades de defesa do consumidor de 22 Estados-membro, aos quais se juntaram a Noruega e a Islândia. O levantamento, realizado a partir de pesquisas com 576 influenciadores, do setor de beleza inclusive, nas plataformas Instagram, TikTok, YouTube, Facebook, X (antigo Twitter), Snapchat e Twitch, trouxe números que merecem reflexões, como estes:

· 97% dos influenciadores fizeram posts patrocinados, mas apenas 1 em cada 5 sinalizou que o conteúdo comercial publicado em suas redes sociais era publicidade;

· 78% dos perfis estavam envolvidos em uma atividade comercial, porém, somente 36% estavam registrados para tal;

· 30% não ofereceu nenhum detalhe da empresa anunciada em seus posts, como nome da marca ou formas de contatá-la;

· 38% não usaram tags que servem para apontar conteúdo comercial, como ‘colaboração paga’; optaram por adotar termos como ‘agradecimento à marca’;

· 40% dos influenciadores promoveram seus próprios produtos, serviços ou marcas e 60% não identificaram isso como publicidade,

mesmo 44% deles tendo seus próprios sites para vender diretamente ao público.

O que as marcas têm a ver com isso? Tudo! Afinal, a tática de esconder publi não só está sendo conhecida pelos consumidores, como eles já se dizem cansados do marketing de influenciadores e começam a buscar conteúdo gerado por usuários comuns ou pela experiência de cliente – apontamentos de uma pesquisa do ano passado da EnTribe, feita com mais de 1 mil consumidores americanos, de 18 a 60 anos. A saber: 86% dos entrevistados demonstraram maior confiança em marcas que publicam conteúdo gerado organicamente.