Profissionais de Beleza

Quem é a nova curadora do Beauty Fair Estética

Esteticista há cinco décadas, Edy Guimarães é uma das profissionais mais respeitadas do mercado e dona de uma trajetória inspiradora.

Edy Guimarães
Por Redação em 30 de janeiro de 2024

Comemorando 50 anos de carreira e 67 de vida, a esteticista Edy Guimarães aceitou o convite para ser curadora do congresso e feira Beauty Fair Estética – evento paralelo ao Beauty Fair Profissional, que acontece de 7 a 10 de setembro no Expo Center Norte, em São Paulo.

“Assumir a curadoria deste que é o maior congresso de estética da América Latina é uma oportunidade de ouro para compartilhar minha experiência com profissionais do setor, colegas de estrada e autoridades do segmento”, celebra ela, cuja trajetória se confunde com a história da estética brasileira.

“Comecei no icônico salão Jacques Janine da rua Augusta, ponto de encontro das mulheres mais ricas, bonitas e famosas do Brasil. Eram os incríveis anos 1970, eu tinha 17 anos e entrei como auxiliar de cabeleireiros, atuando com o Jacques. Mas o que eu queria mesmo era ficar com a Janine na maquiagem e estética, que, naquela época, eram áreas que andavam juntas. Ela dizia que não daria certo porque eu era muito intensa, falante demais e esfuziante com o meu cabelo red power e sobrancelhas finas à Greta Garbo. Insisti e amolei tanto que mudei de área e após seis meses já tinha fila de gente esperando para ser atendida por mim”, orgulha-se Edy, que nas folgas trabalhava de graça na loja Bibelot, uma das pioneiras na venda de cosméticos, para aprender mais sobre produtos e marcas.

Educação nada ortodoxa

Para quem reclama que hoje há uma avalanche de cursos e especializações, vale saber que na década de 1970 as opções eram raríssimas. “Tive muita sorte porque a Janine sempre foi uma visionária. Para ter ideia, toda segunda-feira ela fechava as portas para o atendimento e trazia profissionais incríveis, muitos deles estrangeiros, para nos ensinar e atualizar sobre o universo da beleza”, conta Edy.

Isso fazia com que a equipe fosse assediada por outros salões, ela inclusive, que cedeu a um badalado cabeleireiro francês recém-chegado ao país, Jean Paul Rossilieri. “Não resisti quando ele prometeu me dar uma sala para estética separada da de make, coisa que não existia até então. Além da desejada Cadeira Mocho, eu tinha uma bancada repleta de cosméticos, vários deles importados. Foi um período disruptivo e surreal, com idas à Paris, à lendária boate Hipopotamus, fazendo fotos para revistas, jornais, outdoor e aprendendo a oferecer atendimento de luxo à uma exigente clientela milionária”, lembra Edy, que fez curso de técnico em estética no Senac e foi da primeira turma da Universidade Anhembi Morumbi, que criou a primeira graduação em estética e cosmética do mundo tendo à frente o farmacêutico Marcelo Schulman, sócio-fundador e presidente da Vita Derm.

“Esse homem também sempre viveu à frente de seu tempo. Ele trazia cirurgião plástico e dermatologista para nos dar aula, o que me despertou para a estética integrativa, algo que eu sempre pratiquei e que hoje é tido como tendência”, diverte-se Edy, que assistiu de camarote ao surgimento e revolução de procedimentos e a mudanças no papel e postura do esteticista. Dentre elas, depilação a laser tornando-se realmente definitiva, limpeza de pele que ia além da limpeza, uso de anestésicos para entregar resultado com pouca ou nenhuma dor,

tecnologias atuando nas diferentes camadas da pele com segurança, necessidade do profissional também ser empreendedor e gestor, conhecer estratégias de precificação e marketing, de se manter atualizado num dos mercados mais atuantes…

Dores e delícias da estética

Edy Guimarães abriu seu primeiro espaço na Alameda Campinas logo depois deu seu primeiro casamento, do qual Jacques e Janine foram padrinhos. “Como todos que saíram do Jacques Janine, eu sempre fui bem-sucedida. Ia a congressos internacionais três vezes ao ano (algo inédito naquele tempo!), sustentava a casa e pagava pela educação dos meus dois filhos.

Só sinto não ter tido o insight da boa administração nem a veia empreendedora que toda esteticista tem hoje de maneira tão visceral, natural e com a fantástica entrega de congressos como o Beauty Fair Estética. Isso me pouparia de muitas más escolhas e de precisar aprender algumas coisas na base da dor, mas, por outro lado, talvez eu não tivesse me tornado uma profissional tão resiliente, otimista e que não sofre diante da necessidade de fazer mudanças ou cortar na carne.

Claro que esses tombos doem, mas, no fundo, gosto deles porque eles me fazem levantar e continuar lutando para seguir de pé”, acredita ela, que depois da pandemia precisou rever seu negócio. “A conta não estava mais fechando e, como todo mundo, passei a valorizar o que descobri ser meu bem mais precioso: o tempo. Por isso não pensei duas vezes para sair de um aluguel de dois dígitos e uma estrutura igualmente custosa para passar a atender de maneira mais exclusiva em um casarão maravilhoso no Pacaembu”, conta.

Planos para o Beauty Fair Estética

Apesar do convite para a curadoria ser recente, Edy Guimarães já está a todo vapor, pesquisando e validando ideias. “Sei que terei muitos desafios nessa função. Mas quero ser relevante aos congressistas e trazer ao evento as melhores práticas, inovações e tendências na estética, além de fornecer insights e ferramentas práticas baseadas nas necessidades e na realidade do profissional. Quero ser colaborativa, inspirar e me conectar.

Para isso, já estou contatando os especialistas e estudiosos mais renomados, empresas que baseiam seus lançamentos em ciência, institutos de educação que atuam com seriedade e, claro, esteticistas, para entender suas dores e desejos. Nessa tarefa a realidade e a verdade serão meus guias, como foram nestes últimos 50 anos”, afirma. Alguém duvida que vai ser sucesso?

Álbum de fotos da Edy Guimarães