A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda de pomadas para trançar e modelar o cabelo devido ao aumento de casos de “efeitos indesejáveis graves” associados ao uso deste tipo de produto. De acordo com a Anvisa, as pessoas que utilizaram estas pomadas relataram consequências graves, incluindo cegueira temporária, irritação e queimadura nos olhos, especialmente após banhos de mar, piscina ou chuva.
A proibição, publicada no Diário Oficial da União hoje, 10 de fevereiro, abrange todas as marcas e tipos de pomadas com a finalidade estética de modelar ou trançar cabelos. No entanto, não houve determinação para o recolhimento do produto dos mercados, mas pomadas modeladoras de cabelo devem ser separadas da prateleira e não estar disponíveis para consumo ou uso.
A Anvisa também destaca que pomadas compradas antes da proibição não devem ser utilizadas pelos consumidores e salões de beleza.
Desde 16 de janeiro, a Anvisa vem discutindo a venda de pomadas modeladoras para cabelo e, nesta data, cancelou a regularização de oito produtos por não cumprimento das normas sanitárias vigentes.
A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) concorda com a medida preventiva da Anvisa e está trabalhando em conjunto com a agência, desde que os primeiros casos foram reportados. A Abihpec destaca a importância da investigação para entender o que mudou e identificar as providências e adequações necessárias, como alterações nas fórmulas, recomendações e orientações de uso, alertas de rotulagem, entre outros.
Posicionamentos da Anvisa
A Anvisa tem tomado medidas para regularizar e controlar os produtos para tranças e modelar cabelos comercializados no Brasil. Desde março de 2022, a Agência tem publicado resoluções que determinam o recolhimento, a proibição de comercialização, propaganda, fabricação e uso de produtos que não estão devidamente regularizados.
Em janeiro de 2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou diversas resoluções relacionadas a produtos para modelar os cabelos. O órgão tomou medidas como a suspensão da comercialização, fabricação, uso, propaganda e publicidade, assim como o recolhimento de diversos produtos para modelar os cabelos, devido aos relatos de efeitos adversos. Essas ações foram tomadas para proteger a saúde da população.
Como profissionais de beleza, salões e comércios devem agir?
Profissionais não devem usar os produtos em nenhum cliente e ter cuidado ao manuseá-los, já que o manuseio também pode trazer risco. Os salões de beleza devem retirá-los do estoque. Eles devem parar as vendas dos produtos enquanto a medida estiver em vigor e devem mantê-los separados e fora do alcance de consumidores ou usuários. Reproduzimos as indicações da Anvisa:
- Profissionais, salões de beleza e comércio devem se atentar para as orientações da Anvisa:
- Não usar os produtos em nenhum cliente;
- O manuseio do produto também pode trazer risco aos aplicadores;
- Não vender os produtos enquanto a medida estiver em vigor;
- O produto deve ficar separado e não deve ser exposto ao consumo ou uso.
Como os consumidores devem agir?
Consumidores não devem usar ou comprar os produtos em questão. Se usaram recentemente, devem lavar os cabelos com cuidado, inclinando a cabeça para trás, para que o produto não entre em contato com os olhos. Se houve contato com os olhos, devem lavar imediatamente com água em abundância. Em caso de qualquer efeito indesejado, devem procurar imediatamente um serviço de saúde e notificar o caso à Anvisa pela internet. Segue a reprodução na íntegra das sugestões da Anvisa:
- Não usar ou comprar esses produtos;
- Se usou recentemente, lavar os cabelos com cuidado, inclinando a cabeça para trás, para que o produto não entre em contato com os olhos;
- Em caso de contato com os olhos, lavar imediatamente com água em abundância;
- Em caso de qualquer efeito indesejado, procurar imediatamente um serviço de saúde;
- Em caso de efeito indesejado, notificar o caso à Anvisa pela internet.
Como avisar a Anvisa?
A Anvisa deve ser informada de efeitos indesejados por meio de um formulário online, onde os dados do produto e do informante são mantidos em sigilo. É importante que a pessoa tenha em mãos os dados do rótulo do produto quando preencher o formulário. Uma equipe técnica irá analisar as informações e investigar o caso.
Profissionais de saúde que tratarem pacientes com danos à saúde devido ao uso destes produtos também devem notificar a Anvisa pelo site. As vigilâncias sanitárias locais devem fiscalizar e impedir a comercialização destes produtos até uma possível mudança na orientação da Anvisa.