Diversidade: sua marca de beleza está pronta para dialogar com as mulheres negras?

Falar de diversidade nas marcas de beleza tornou-se um assunto urgente. Para além das práticas internas necessárias de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), é preciso olhar em profundidade para entender o cenário de públicos diversos. Dentre eles, o impacto de consumo das mulheres negras chama a atenção no mercado de beleza e bem-estar.

Ainda que a população preta e parda enfrente um panorama preocupante de desigualdades no Brasil, representado por salários mais baixos e a um maior grupo de desempregados, as mulheres negras tem aumentado o consumo de cosméticos e provado que devem ser ouvidas e contempladas no processo de produção e venda desses produtos.

A pesquisa Pele Negra, do Google, questionou as principais buscas e dificuldades dessas mulheres na hora de comprar itens de maquiagem e skincare. Segundo o próprio buscador, os números provam que esse público vai muito além de um nicho de mercado.

Diversidade deve ser prioridade para marcas de beleza

A pesquisa do Google Surveys, realizada com 1000 pessoas do gênero feminino, apontou que 50% das mulheres brasileiras compram maquiagem para pele negra.

Esse, aliás, é um movimento em expansão entre mulheres diversas do mundo todo. Dessa forma, no Google e no Youtube, de 2015 a 2019, por exemplo, foi identificado um crescimento de pesquisas por itens de beleza 3 vezes maior de mulheres afro, 2 vezes maior de latinas e 1 vez maior de asiáticas.

O que mulheres diversas pesquisam na área de beleza

O grande queridinho nas buscas por diversidade são os cabelos, concentrando 80% das pesquisas. Por outro lado, 15% fica por conta de maquiagem e skincare para diferentes tipos de pele, sendo que as buscas por cosméticos para pele preta crescem mais que a média geral na categoria.

De acordo com o Google, as buscas de maquiagem para pele negra são 10 vezes maiores que skincare para o mesmo tipo de pele, o que pode denunciar o alto grau de dificuldade de encontrar tons ideais. Talvez por isso mesmo, 68% das consumidoras de pele negra se considerem fiéis às marcas de maquiagem que se adequam às suas necessidades.

Mulheres pretas e pardas são exigentes

Com diversos obstáculos para identificar produtos que sejam adequados às suas necessidades, as mulheres negras desenvolveram um senso de exigência alto. Dessa forma, 80% pesquisam antes de comprar um produto. O item que traz maior problema, segundo elas, é a base (26%), seguido da sombra (20%) e do corretivo (19%).

Quando se trata da experiência de compra, os principais desafios são o preço dos produtos (37%), não saber como usá-los (32%), não saber combinar os produtos com o tom de pele (14%) e ter que testar muito para encontrar o tom ideal (14%).

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Como as marcas de beleza podem alcançar consumidoras negras

A Internet parece ser o principal meio para iniciar uma conversa com mulheres diversas. Aliás, o índice de engajamento com conteúdos específicos sobre pele negra é 33% maior do que a média nos conteúdos de Moda & Beleza no Brasil. Dessa forma, para se informar e tomar decisão sobre beleza, essas consumidoras recorrem a vídeos do Youtube (52%), Instagram (19%), amigos e familiares (18%), além de profissionais de maquiagem (10%).

Tem mais. Segundo as próprias respondentes, para se sentirem mais representadas, as marcas de beleza devem ter maior diversidade de modelos em campanhas (22%), educar mais os consumidores sobre todo tipo de maquiagem (21%), melhorar a comunicação e o entendimento por tonalidade de pele (21%) e aumentar o portfólio de produtos para diferentes tons (18%).

Vale ressaltar que, nessas plataformas, as consumidoras se conectam mais com conteúdos que vão além das questões estéticas e abordam outras pautas fundamentais ao público negro feminino. Assim, fica claro que as mulheres negras estão cada vez mais ligadas a marcas de beleza, produtos e conteúdos que compreendam e priorizem suas vivências.