À medida que o mês de junho corre, o mundo celebra o Orgulho LGBTQIAPN+, uma data marcante para a comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexuais, Assexuais, Pansexuais e Não binários. O Dia do Orgulho é uma ocasião que busca não apenas comemorar as conquistas e a diversidade dessa comunidade, mas também refletir sobre os desafios enfrentados e as mudanças necessárias em diversos setores, incluindo no mercado de beleza.
Nesse contexto, o setor desempenha um papel crucial na promoção da inclusão e representatividade para a comunidade LGBTQIAPN+. Ao longo dos anos, tem havido uma crescente demanda por produtos e serviços que atendam às necessidades e desejos dessa comunidade, refletindo as diferentes identidades de gênero, orientações sexuais e etnias presentes nela.
No entanto, apesar dos avanços conquistados, ainda há muito a ser feito. A indústria da beleza precisa ir além da mera apropriação simbólica do Mês do Orgulho e adotar ações concretas para apoiar a comunidade. Isso envolve não apenas a criação de produtos inclusivos, mas também o engajamento em campanhas publicitárias e iniciativas que promovam a diversidade, a representatividade e a igualdade.
Neste contexto, o Beauty Independent, em sua série de entrevistas com empreendedores de beleza, questionou fundadores e executivos sobre o que eles acreditam que a indústria poderia fazer pela comunidade LGBTQIAPN+ que ainda não está sendo feito.
Suas respostas destacam pontos essenciais, que vão desde a representação mais consistente em campanhas publicitárias até a criação de produtos neutros em termos de gênero, passando pelo reconhecimento e valorização das histórias e experiências da comunidade. Confira.
Dia do Orgulho LGBTQIAPN+: A indústria da beleza e seu papel na inclusão
Trista Okel, fundadora e CEO da Empower BodyCare, destacou a importância de uma representação consistente na indústria da beleza: “Em todas as facetas da indústria da beleza, a comunidade LGBTQ é sub-representada em campanhas publicitárias e outras promoções”. Okel defende a inclusão de pessoas da comunidade reais em anúncios, permitindo que todos se identifiquem e se imaginem usando os produtos.
Sheg Aranmolate, fundador da Leovard, enfatizou a necessidade de expandir as definições de inclusão na indústria: “A indústria da beleza poderia introduzir mais produtos neutros em termos de gênero que atendam às necessidades/desejos biológicos ou cosméticos, independentemente de sua raça, gênero ou orientação”. Aranmolate destaca que a inclusão vai além da variação de cores, sendo necessário atender às necessidades de todas as pessoas.
A indústria da beleza tem uma oportunidade significativa de criar campanhas mais inclusivas e inspiradoras para todos os gêneros, raças e orientações. Ted Gibson, proprietário da ESTRELADO por Ted Gibson, ressaltou a importância de destacar os fundadores LGBTQ na mídia: “Acho que a mídia deveria destacar os fundadores que são LGBTQ para mostrar que existe a possibilidade de que a próxima geração de empreendedores de beleza seja fundadora de suas próprias marcas”.
Jordan Samuel Pacitti, fundador e CEO da Pele de Jordan Samuel, ressaltou a importância de incluir e celebrar vidas negras, lésbicas e trans na comunidade de beleza: “A comunidade de beleza ainda tem um longo caminho a percorrer para reconhecer, honrar e celebrar vidas negras, lésbicas e trans”. Pacitti destacou a importância da representação, afirmando que a exclusão dessas histórias é prejudicial.
Alpa R. Patel, cofundador e CEO da Luvanya, salientou a importância da inclusão em todos os aspectos da indústria da beleza: “Os cuidados com a pele e a beleza não são mais exclusivos, mas inclusivos para todos os gêneros, todas as raças, todos os tons de pele e todas as idades”. Patel defende que as marcas ouçam as necessidades da comunidade LGBTQ e criem com base nessas conversas, promovendo a aceitação da beleza em todas as suas formas.
Rob Harmon, fundador da Beleza Mágica, destacou o poder influente da comunidade LGBTQ para todas as marcas de beleza: “Acho que o mais importante é que a comunidade precisa ser vista e reconhecida”. Harmon ressalta a importância de incluir todos os tipos de pessoas em campanhas de marketing, anúncios e afins, reconhecendo que produtos de beleza não são exclusivos para mulheres cis.
Dustin Cash, fundador da beleza SOS, ressaltou que a maior oportunidade para a indústria reside no ambiente de massa, pois ainda há uma quantidade inexplicável de sexualização. “Nossa indústria foi fundamental na construção dessas falsas normas de gênero, e precisamos ser os únicos a liderar o caminho para quebrá-las.” Cash aponta para a necessidade de romper com essas barreiras e repensar a forma como as marcas comercializam seus produtos.
Diante dessas reflexões, fica evidente que a indústria da beleza tem o poder de impulsionar a inclusão e a aceitação. É necessário que as marcas se comprometam a criar uma representação mais autêntica, desafiando estereótipos de gênero e oferecendo oportunidades iguais para a comunidade LGBTQIAPN+.
Ao adotar uma abordagem mais abrangente, ouvindo suas necessidades e incluindo-os em campanhas publicitárias, a indústria tem o potencial de gerar benefícios sociais e financeiros, além de capacitar a comunidade a expressar sua verdadeira identidade e brilhar. Somente assim o setor a poderá contribuir efetivamente para a construção de uma sociedade mais diversa, inclusiva e empoderada.
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