Indústria

Como as marcas de beleza africanas estão triunfando na globalização

Apesar do prestígio, há desafios inerentes, como a adaptação de produtos e ingredientes para atender aos padrões internacionais.

Por Redação em 22 de dezembro de 2023

As marcas de beleza africanas enfrentam o desafio de encontrar o equilíbrio entre a expansão global e a preservação de suas raízes locais. O dilema da globalização versus a localização foi destacado em uma recente matéria da Beauty Matter, revelando como as marcas do continente estão navegando por este terreno complexo. Confira!

Os desafios da globalização

Muitas marcas africanas aspiram um alcance mundial, mirando varejistas internacionais de renome como Sephora e Estée Lauder. Contudo, essa busca por um mercado global muitas vezes vem à custa dos consumidores locais. O foco internacional pode sub-explorar o mercado interno, o deixando negligenciado e mal atendido.

A fundadora da Malee Cosmetics, Zeze Oriaikhi-Sao, compartilha a experiência de como, ao criar sua marca na África do Sul, buscou harmonizar padrões globais de beleza com a autenticidade africana. Ela destaca as mudanças positivas ao longo dos anos, mas também aponta desafios persistentes, como os canais de financiamento e distribuição menos estruturados no continente.

A complexidade da globalização

Enquanto lançar-se no mercado mundial confere prestígio e confiança às marcas africanas, há desafios inerentes, como a adaptação de itens e ingredientes para atender aos padrões internacionais. A fundadora da Suki Suki Naturals, Linda Gieskes-Mwamba, relata desafios iniciais com texturas e aromas que não agradaram inicialmente aos consumidores. O dilema é evidente: como permanecer autenticamente africano enquanto se adapta às preferências globais?

A resposta pode estar na localização, nos ajustes das estratégias de marketing e produtos para atender às nuances culturais específicas do continente. A África é rica em diversidade cultural, desde as tradições das mulheres Himba na Namíbia até a tribo Mursi na Etiópia. Incorporar essas diferenças nos planos de negócios pode estreitar os laços com os consumidores locais, promovendo confiança e impulsionando as vendas.

Além de estabelecer conexões mais profundas, a localização pode gerar impactos sociais e econômicos positivos. Parcerias com fornecedores e artesãos locais não apenas estimulam o crescimento econômico, mas também promovem a sustentabilidade. A Suki Suki Naturals exemplifica isso ao se tornar a primeira marca africana de cosméticos aceita pelo programa Institut Français de la Mode (IFM)-Birimian Accelerator x África.

A chave para a autenticidade

A estratégia vencedora parece ser uma fusão cuidadosa de globalização e localização. Ao oferecer uma gama básica de produtos reconhecidos globalmente e, simultaneamente, introduzir variações locais, as marcas podem manter sua identidade global sem perder de vista as necessidades específicas do setor.

Encontrar o equilíbrio entre essas duas nuances não é apenas uma estratégia de negócios, mas uma busca por autenticidade em meio à crescente demanda por itens de beleza que refletem as preocupações específicas de pele e cabelo dos consumidores africanos. As marcas que compreendem as particularidades culturais e valores locais estão destinadas a prosperar e deixar um impacto duradouro no dinâmico neste mercado.