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Inteligência artificial na pele: diagnósticos e recomendações chegam aos consumidores

Marcas de beleza usam aplicativos inovadores capazes de analisar o rosto com detalhes impressionantes.

Por Redação em 6 de novembro de 2023

A constante evolução tecnológica tem moldado diversos aspectos da vida em sociedade e a área da estética não é exceção. A última década testemunhou uma revolução nos cuidados da cútis, impulsionada pela implementação da inteligência artificial na pele em aplicativos de análise dermatológica.

A convergência entre algoritmos avançados e visão computacional tem permitido diagnósticos precisos e recomendações personalizadas, transformando a maneira como as pessoas tratam os cuidados com a pele. O portal de notícias sobre tecnologia, ciências e inovação, Byte, da Terra, falou sobre o assunto. Confira!

Como as marcas têm usado a inteligência artificial na pele?

Empresas líderes no setor de beleza e cuidados pessoais têm adotado a inteligência artificial na pele como aliada, apresentando aplicativos inovadores capazes de analisar o rosto das pessoas com detalhes impressionantes. A exemplo da Natura, que lançou um aplicativo que utiliza a inteligência artificial na pele e realidade aumentada para avaliar o rosto dos usuários.

Do mesmo modo, a Vichy, associada à L’Oréal, oferece o app SkinConsultAI, que proporciona diagnósticos precisos do estado da pele por meio de smartphones. Além disso, a startup Piction Health, no exterior, desenvolveu um aplicativo que não apenas identifica e gerencia condições dermatológicas, mas também possui a capacidade de diagnosticar câncer por meio de imagens.

A abordagem interdisciplinar da dermatologia e da indústria cosmética tem encontrado na inteligência artificial na pele uma ferramenta eficaz de análise e recomendação. A IA  atua como uma extensão da ciência de dados, oferecendo sugestões embasadas na observação e análise das características individuais dos pacientes.

Diagnósticos precisos? Aplicativos de inteligência artificial na pele podem ajudar

A funcionalidade dos aplicativos de inteligência artificial na pele se baseia na visão computacional, um ramo da tecnologia que se concentra no processamento de imagens. De acordo com o neurocientista Álvaro Machado Dias, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), esses aplicativos utilizam uma combinação de identificação das áreas do rosto e análise automatizada. Através da realidade aumentada, os usuários apontam as câmeras dos seus dispositivos para diferentes partes do rosto, permitindo que o software as reconheça.

Após a identificação, cada imagem é enviada para uma plataforma de computação em nuvem, onde um algoritmo classifica a pele com base em critérios como rugas, manchas e luminosidade. Os diagnósticos resultantes são acompanhados por recomendações precisas de produtos adequados para resolver as preocupações identificadas.

O que dizem os especialistas sobre o uso da IA nos cuidados com a pele

As opiniões dos especialistas e estudiosos sobre o assunto divergem em relação à eficácia desses aplicativos. Enquanto Álvaro Machado Dias acredita que a inteligência artificial na pele é capaz de desempenhar um papel integral no reconhecimento de padrões dermatológicos, Flávio Henrique da Silva, analista em IA e automação em redes hospitalares, enfatiza que a tecnologia ainda atua melhor como assistente aos profissionais de saúde do que como substituta.

Apesar das promessas da inteligência artificial na pele, questões éticas e de privacidade emergem nesse cenário. A coleta e análise de dados sensíveis, como imagens faciais, requerem um tratamento cuidadoso, seguindo regulamentações como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Victor Infante, pós-doutor em Ciências Farmacêuticas, levanta a preocupação de que a tecnologia pode gerar confusão quando não baseada em princípios científicos sólidos.

Outra controvérsia em torno do uso da inteligência artificial na pele envolve as recomendações personalizadas. Embora elas sejam capazes de proporcionar soluções mais adequadas para diferentes tipos de pele, algumas preocupações éticas são levantadas sobre a automatização excessiva dos processos e a possível perda de papel para dermatologistas e consultores.

Enquanto a indústria de beleza e tecnologia continua a explorar os limites da inteligência artificial na pele, a colaboração entre universidades e empresas privadas tem sido fundamental para impulsionar essas novidades. Grandes empresas estão investindo em centros de inovações, enquanto universidades contribuem com pesquisas, buscando o desenvolvimento conjunto dessas tecnologias.

No entanto, a necessidade de considerar implicações éticas, validar algoritmos contra vieses e garantir a privacidade dos usuários permanece essencial para a adoção ética e bem-sucedida da inteligência artificial na pele. À medida que a tecnologia avança, é necessário um equilíbrio delicado entre automação e expertise humana para proporcionar os melhores resultados para os consumidores.