Deloitte revela 6 forças que moldam o futuro da Indústria de Consumo

A indústria de consumo está caminhando para uma grande transformação, impulsionada por seis forças que vão moldar seu destino ao longo da próxima década. O relatório “Buying into betterTM” apresentado pela Deloitte na NRF 2024 revela direcionamentos importantes que vão ajudar os executivos da indústria de consumo a compreender essas mudanças e tomarem decisões estratégicas sobre seus negócios. A Beauty Fair, que levou um time de peso para Nova York, está acompanhando de perto todas as tendências do varejo e trazendo aqui em primeira mão. Confira os insights e as seis forças que vão moldar o futuro do consumo.

1- O Consumidor em transformação

A base de consumidores nos Estados Unidos está passando por uma transformação sem precedentes, tornando-se mais inclusiva, multifacetada e diversificada. Essa diversidade não se limita apenas à demografia, mas também se estende à geografia, com consumidores migrando para diferentes regiões. O avanço do envelhecimento da população e a mudança nas identidades de gênero são aspectos cruciais a serem considerados. Com a expectativa de vida aumentando, os consumidores mais velhos apresentam padrões de gastos distintos, criando desafios e oportunidades para o varejo se adaptar a essas mudanças.

2- Uma sociedade e cultura em evolução

A evolução das estruturas sociais e culturais têm um impacto direto no perfil dos consumidores. A mudança nas instituições tradicionais, como religião e casamento, redefine as jornadas de vida e os padrões de compra. A busca por propósito, transparência e formas inovadoras de construir comunidades está moldando as preferências dos indivíduos. As empresas de varejo precisam estar atentas a essas mudanças culturais para se conectarem efetivamente com o público e atenderem às suas necessidades em constante evolução.

3- Exponential xTech

O avanço exponencial da tecnologia digital, inteligência artificial e automação está redefinindo a forma como os produtos e serviços são concebidos, produzidos e entregues. As inovações em IA, aprendizado de máquina e novas tecnologias, como impressão 3D, estão abrindo caminho para novas possibilidades. No setor de varejo, isso se traduz em uma oferta mais personalizada, processos de produção mais eficientes e uma experiência de compra aprimorada. O desafio para os varejistas é manterem-se atualizados com essas mudanças tecnológicas rápidas e incorporá-las de maneira eficaz em suas operações.

4- Mudanças na Indústria

A indústria de consumo enfrenta uma transformação significativa, impulsionada pela globalização e tecnologia. A globalização abriu novos mercados, mas também provocou deflação em várias categorias de bens de consumo. Enquanto isso, a tecnologia foi disruptiva, reduzindo custos, digitalizando processos e facilitando a entrada de concorrentes menores. A Deloitte estima que 2,9% da carteira do consumidor é agora gasto em bens e serviços digitais, uma categoria em crescimento.

Entre 2012 e 2021, o retorno sobre o capital para empresas tradicionais na indústria de consumo diminuiu, enquanto novos players e categorias continuam a emergir. O relatório destaca que a necessidade de velocidade e agilidade será crucial, com IA, automação e XaaS (Everything as a Service) reduzindo barreiras à entrada.

5- Mudança climática extrema

A indústria de consumo desempenha um papel significativo nas mudanças climáticas, sendo responsável por aproximadamente 60% dos gases de efeito estufa. O aumento das emissões, temperaturas e desastres naturais coloca a sociedade em um caminho perigoso. A Deloitte enfatiza que não há mais tempo a perder e destaca a necessidade de mudanças urgentes.

A transição para uma produção sustentável, parcerias público-privadas e investimentos em energias renováveis são apontados como caminhos para enfrentar a crise climática. Empresas que lideram a transição para uma economia circular serão mais resilientes no futuro, enquanto os custos das externalidades ambientais aumentam.

6- Mudanças na economia, política e poder

Forças macroeconômicas estão remodelando a paisagem da indústria de consumo. Após um período de baixa inflação, os EUA enfrentam agora alta inflação e política monetária restrita. Novas políticas legislativas incentivam investimentos em tecnologias renováveis, impulsionando a relocalização da manufatura e infraestrutura de energia ecológicas.

As crescentes tensões geopolíticas e a possibilidade de uma ordem multipolar adicionam incertezas. A gestão requer flexibilidade e um enfoque ampliado em todas as partes interessadas. Além disso, a mudança para um ambiente econômico e político em constante transformação exige que as empresas adotem abordagens alternativas para obter recursos.

À medida que o varejo enfrenta essas forças disruptivas, a capacidade de adaptação se torna fundamental para o sucesso a longo prazo. O desafio é claro, mas as oportunidades para aqueles que conseguem se adaptar são igualmente impressionantes. O futuro do varejo e da indústria da beleza está sendo esculpido agora, e as decisões tomadas hoje moldarão a paisagem do consumismo nos próximos anos.